Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão
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14. A Renúncia<br />
A falta <strong>de</strong> renúncia no indivíduo dá testemunho <strong>de</strong> que as atrações<br />
terrenas estão ainda falando alto no seu íntimo. Os renunciados são aqueles<br />
para quem os prazeres mundanos estão sepultados. Para estes, nenhum<br />
temor os atinge. O renunciado consciente não é um <strong>de</strong>siludido, um apático,<br />
um indiferente, mas um convicto na vida eterna, no po<strong>de</strong>r supremo, na<br />
evolução da alma. Sabe distinguir o efêmero do permanente, o ilusório do<br />
realismo, a vida espiritual da material.<br />
A crosta da Terra está em constante transformação. Rios mudam o<br />
seu curso; terras emergem, enquanto outras <strong>de</strong>scem para o fundo dás<br />
águas; cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>saparecem corroídas por influências telúricas, ou<br />
soterradas por tremores sísmicos; os seres <strong>de</strong>ixam os seus corpos físicos<br />
para que estes sejam transformados em pó, e <strong>de</strong> cada indivíduo milhares<br />
<strong>de</strong>sses corpos sofreram essa <strong>de</strong>composição.<br />
No entanto, ninguém sente apego por eles, porque a sua memória<br />
está apagada na voragem dos tempos que foram; portanto, nada justifica o<br />
apego às coisas passageiras, que são todas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m material. O<br />
renunciante venceu o apego, por saber que não vale a pena pren<strong>de</strong>r-se às<br />
coisas que hoje são, e amanhã <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser.<br />
Isto mostra a precarieda<strong>de</strong> das posses terrenas. Não se <strong>de</strong>ve, pois, ter<br />
apego ao que é precário, ao que é da Terra e na Terra fica. A alma do<br />
renunciante está voltada para o que não perece nunca, para o tesouro do<br />
espírito, para a gran<strong>de</strong>za da evolução universal.<br />
Somente aqueles que possuem pleno espírito <strong>de</strong> renúncia, estão<br />
habilitados a prosseguir na sua evolução, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reencarnar<br />
neste planeta. <strong>Ao</strong> contrário, os que sentem que a Terra ainda lhes po<strong>de</strong><br />
oferecer algo que <strong>de</strong>sejam experimentar, estão ligados ao sentimento <strong>de</strong><br />
apego e <strong>de</strong>verão voltar para satisfazer tal anseio.<br />
O <strong>de</strong>sejo é uma força que pe<strong>de</strong> consumação , e os que estão apegados<br />
a alguma ansieda<strong>de</strong> terrena, <strong>de</strong>sejam viver na Terra até se saturarem <strong>de</strong>la.<br />
Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver reencarnações, para que todos se possam<br />
saturar das ilusórias oferendas que a Terra tem para distribuir.<br />
Nessa saturação entram em jogo o egoísmo, a vaida<strong>de</strong>, a presunção, a<br />
pretensiosida<strong>de</strong>, o orgulho, a ostentação, a prepotência e <strong>de</strong>mais atributos<br />
negativos, até que todos sejam queimados no cadinho do sofrimento. O<br />
renunciado passou por toda essa prova e superou esse estado <strong>de</strong><br />
inferiorida<strong>de</strong> espiritual em que se encontram os apegados.<br />
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