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Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão

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21. A Carência<br />

Um dos cuidados que todos precisam ter, é o <strong>de</strong> não <strong>de</strong>sperdiçar, não<br />

dilapidar, não esbanjar riquezas, numa vida perdulária. Todos os valores<br />

<strong>de</strong> que disponha o indivíduo <strong>de</strong>vem ser usados com a necessária atenção.<br />

As sobras aproveitáveis não <strong>de</strong>vem ser atiradas fora, mas, em lugar disso,<br />

transferidas a quem <strong>de</strong>las precisar.<br />

O temperamento excessivamente pródigo provém <strong>de</strong> não saber a<br />

criatura dar valor aos bens que lhe são confiados com o objetivo <strong>de</strong> fazer<br />

<strong>de</strong>les a<strong>de</strong>quado uso.<br />

Geralmente só dão valor a um bem quando sentem falta <strong>de</strong>le, quando<br />

é almejado para um <strong>de</strong>terminado fim. Quanto mais difícil for a sua<br />

aquisição, maior <strong>de</strong>verá ser o valor que há <strong>de</strong> representar.<br />

Por aí se vê que a maneira <strong>de</strong> fazer-se com que cada um estime o que<br />

possui, pela sua utilida<strong>de</strong>, e não o <strong>de</strong>spreze, é estabelecer a situação <strong>de</strong><br />

carência.<br />

Os que vivem, presentemente, nesse estado, sem conseguir sair <strong>de</strong>le,<br />

apesar dos esforços empregados, são aqueles que, num passado próximo<br />

ou distante, foram insensatos, esbanjadores. Assim também os perdulários<br />

<strong>de</strong> hoje serão os carentes <strong>de</strong> amanhã.<br />

Os valores materiais não pertencem ao indivíduo. A eles chegam, por<br />

empréstimo, no correr da existência terrena. São parte integrante do<br />

mundo. Amanhã esses mesmos bens passarão a outras mãos, e assim por<br />

diante sucessivamente. Eles têm as suas funções, o seu emprego certo, e<br />

<strong>de</strong>vem ser aplicados segundo essa natureza. Dar-lhes um curso contrário,<br />

em que se revele mau aproveitamento, é <strong>de</strong>monstrar-se um certo nível <strong>de</strong><br />

inconsciência.<br />

É indispensável que este aspecto da vida seja consi<strong>de</strong>rado<br />

atentamente. Na lei das conseqüências, tal procedimento tem o seu registro<br />

bem marcado.<br />

Por outro lado, <strong>de</strong>ve o indivíduo não se tomar avaro, mesquinho e<br />

egoísta, a ponto <strong>de</strong> armazenar as sobras não utilizáveis, pelo prazer doentio<br />

<strong>de</strong> vê-las acumuladas. A virtu<strong>de</strong> está a meia distância dos extremos, razão<br />

por que todos <strong>de</strong>vem procurar esse louvável meio-termo para nele orientar<br />

a sua conduta.<br />

Nunca se <strong>de</strong>verão menosprezar os que se encontram em estado<br />

lastimável <strong>de</strong> carência, pois que a dor <strong>de</strong>ve sempre inspirar compreensão e<br />

respeito.<br />

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