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50% - Vida Lusa

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O silêncio<br />

Cheguei carregada de peso, frio<br />

Carregada de tristeza e desilusão…<br />

Abri a porta entrei no vazio<br />

…Acentuou-se a lúgubre decepção.<br />

Sentei-me no chão, fechei os olhos<br />

Como se quisesse fugir à solidão<br />

Entrar num mundo distante<br />

E percorrer o mundo de então!<br />

Tentei exteriorizar-me em vão<br />

O olhar cansado de sentir o rio…<br />

Abriu-se novamente no vazio.<br />

Imóvel fixei-o longas horas<br />

Nada sentia nada via, apenas<br />

O silêncio profundo das almas!<br />

Olga Diegues - CPLP<br />

A ciência<br />

A ciência é a ciência<br />

Que a própria ciência encerra<br />

Quantas vezes a ciência<br />

Os passos que os dá erra<br />

Exemplo esses da guerra<br />

Que a ofende o movimento<br />

Que o ódio faz vingar<br />

Ás vezes só num momento<br />

A ciência é a ciência<br />

Que o cientista estudou<br />

Mas bons ou maus resultados<br />

Nem sempre os analisou<br />

Resultados negativos<br />

Resultados positivos<br />

Que a própria ciência encerra<br />

E quantas vezes a ciência<br />

Na sua própria experiência<br />

Queima até a própria Terra<br />

Domingos Batista Trindade - CPLP<br />

POÉSIE<br />

Encontrei a lua<br />

chorando na rua!<br />

A morte é sombra do abandono!<br />

É a saudade e a dor,<br />

É uma estação do ano, mas sem Outono…<br />

São folhas mortas, sem flore!<br />

É braços nus, sem desejos,<br />

São suspiros branquejantes,<br />

São dores das saudades, dos beijos…<br />

Como os lábios de luto, dos amantes ;<br />

Tu lua triste, e independente,<br />

Choravas como eu na romaria ;<br />

Passeando na rua com agonia,<br />

Para descansares eternamente!<br />

Passeavas um dia pela noitinha!<br />

Vestida de branco e triste ;<br />

Olhaste e não me viste,<br />

Nem a tristeza, que era a minha!<br />

Foi isto em uma tarde,<br />

Que hoje ainda, no meu peito arde;<br />

Pela saudade pura,<br />

Não te tornei a ver, sofro tanto tanto…<br />

Reza mas não sou santo,<br />

E procuro voar, a muita altura!<br />

José Gonçalves - CPLP<br />

Novembre 2004 — <strong>Vida</strong> <strong>Lusa</strong> n° 73 — 35

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