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JORGE MEDAUAR - O Homem que Sabia - Emanuel Pimenta

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<strong>JORGE</strong> <strong>MEDAUAR</strong><br />

o homem <strong>que</strong> sabia demais<br />

1<br />

emanuel dimas de melo pimenta<br />

Rino Levi – <strong>que</strong> tinha sido amigo de infância do meu pai, apesar da diferença de idade<br />

– também fora amigo do Jorge.<br />

E haviam ainda a Maria Bonomi, <strong>que</strong> morava perto de casa, e o genial Fred Jordan <strong>que</strong><br />

tanto o admirava.<br />

Teias de maravilhosas relações, conhecimentos entrelaçados numa rede onde a escala<br />

humana desenhava todas as referências.<br />

Um mundo onde as pessoas se conheciam, onde a identidade não dependia<br />

obrigatoriamente de um número estampado num documento de controle policial.<br />

Quando a invasão dos sistemas burocráticos começou a controlar tudo, as pessoas<br />

falavam, com algum espanto, <strong>que</strong> todos se transformavam, gradualmente, em números<br />

– deixando de ser seres humanos.<br />

Não foi uma transformação inconsciente, <strong>que</strong> passasse despercebida. Mas, não<br />

aconteceram protestos, nem reações – as pessoas já estavam sendo amortecidas pelo início<br />

do ideal do consumo contínuo, adocicado pelo calor tropical.<br />

O fim da identidade e a transformação de cada um num conjunto de dígitos, abstrato,<br />

sem história, a onda de violência explodiu.<br />

Tornei-me, na<strong>que</strong>les finais dos anos 1970 e início dos 1980, articulista colaborador de<br />

jornais e revistas como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, a antiga revista Som<br />

Três, para o Maurício Kubrusly <strong>que</strong> se tornou um <strong>que</strong>rido amigo, e a revista de arquitetura<br />

Projeto, ou o jornal O Expresso em Portugal entre outros.<br />

Na rádio USP FM da Universidade de São Paulo criei e dirigi, com Décio Pignatari e Fernando<br />

Zarif, ao longo de cinco anos, um programa semanal dedicado à música contemporânea<br />

– chamava-se Coda, fez um grande sucesso e, ainda estudante na Escola de Comunicação e<br />

Artes, um dos meus primeiros locutores era o William Bonner, <strong>que</strong> mais tarde faria sucesso<br />

na Rede Globo.<br />

Lá por 1980 comecei os meus concertos musicais, <strong>que</strong> foram gradualmente se espalhando<br />

por todo o mundo.<br />

Publi<strong>que</strong>i mais e mais.

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