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JORGE MEDAUAR - O Homem que Sabia - Emanuel Pimenta

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<strong>JORGE</strong> <strong>MEDAUAR</strong><br />

o homem <strong>que</strong> sabia demais<br />

31<br />

Universos próprios.<br />

Para ele tudo podia ter valor.<br />

emanuel dimas de melo pimenta<br />

Haviam coisas <strong>que</strong> não lhe interessavam, apenas isso – tal como ouviria de John Cage<br />

anos mais tarde.<br />

Até mesmo por pura falta de tempo.<br />

Ele insistia em dizer <strong>que</strong> eram coisas <strong>que</strong> não compreendia, pois não faziam –<br />

platonicamente – parte do seu ser.<br />

Não <strong>que</strong> ele tivesse qual<strong>que</strong>r objeção ou preconceito.<br />

O próprio Manuel Bandeira, seu grande amigo, ensaiara um mergulho nas sendas da<br />

poesia concreta.<br />

Ou ainda, em diferentes níveis de profundidade, Oswald de Andrade e João Cabral de<br />

Melo Neto também se soltavam dos rigores clássicos.<br />

E ainda <strong>que</strong> não fosse o seu mundo, admirava especialmente os poetas e artistas<br />

concretos, Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos, Maurício Nogueira Lima.<br />

Em especial, ele e o Maurício Nogueira Lima alimentavam uma velha, mútua e profunda<br />

estima, embora distante – e nunca deixou de manifestar a sua admiração pela obra do<br />

grande amigo Reginald Clark, pintor geométrico, argentino, <strong>que</strong> viveu em São Paulo e <strong>que</strong><br />

acabaria por se tornar praticamente desconhecido, tragicamente apagado pelo tempo.<br />

Na sala da sua casa, vários pe<strong>que</strong>nos quadros a óleo de Reginald Clark imprimiam a sua<br />

marca.<br />

Ainda assim, não era o seu mundo.<br />

Dois ou três séculos antes em Paris, e especialmente durante o século XVII, problemas<br />

de respiração eram tomados como claros sinais de sofisticação intelectual, de sensibilidade<br />

artística, inspiração poética.

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