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JORGE MEDAUAR - O Homem que Sabia - Emanuel Pimenta

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<strong>JORGE</strong> <strong>MEDAUAR</strong><br />

o homem <strong>que</strong> sabia demais<br />

20<br />

emanuel dimas de melo pimenta<br />

Tudo ocorre simultaneamente.<br />

A leitura não pode ser feita num traço linear.<br />

A montagem vertical altera a significação desse espaço.<br />

Na verdade, trata-se de um laboratório-pensamento eletrônico, onde tudo é uma<br />

contínua explosão.<br />

Nem a música, nem a literatura ou mesmo a arquitetura atuais obedecem aos sistemas<br />

anteriores.<br />

Mas, os incorporam.<br />

O analógico restituído através de um novo pensamento lógico. A hipotaxe volatilizada<br />

em parataxe. Hierarquia transformada em coordenação.<br />

A Terra vista de Marte.<br />

Certamente, as imagens se traduzem em quase enigmas.<br />

Todos somos prisioneiros de uma grande ilusão.<br />

A Revolução Industrial explodiu a Terra.<br />

Como uma supernova, ou a implosão de um buraco negro.<br />

Conceitos de eterno e infinito, e ainda a arte, tal como conhecemos, são coisas <strong>que</strong> os<br />

orientais não conhecem – eles têm outras coisas, <strong>que</strong> insistimos em traduzir para a nossa<br />

visão. O espaço do mundo da lógica é outro.<br />

O ocidental moderno vê a Terra da Terra – e os românticos tiveram um importante<br />

papel nessa leitura.<br />

Os orientais, assim como os índios, não a vêem. Eles são, como os peixes, o próprio<br />

ato de ver.<br />

O tamanho do arquiteto já não é o das casas, das pontes, dos automóveis. O tamanho<br />

dele é o do pensamento humano.<br />

Stonehenge era, como em certo sentido Atenas, o rebatimento da cúpula celeste. Os<br />

índios Bororo organizam os seus espaços cheios-vazios através da imagem do céu.<br />

Nova York é o rebatimento do sistema cerebral.<br />

Não mais a imagem do pano celeste, mas dos neurônios e do próprio cosmos.<br />

No final, forma versus conteúdo.<br />

Não!<br />

A presumível compartimentação conceitual, como citação da Revolução Industrial, é<br />

anulada pela sua anterior e posterior pulverização.<br />

Pulsar.<br />

Como o <strong>que</strong> Theo Van Doesburg defendia, a recuperação em acontece num outro<br />

nível.<br />

Há e não há.<br />

O análogo e a similaridade perfurando o pensamento lógico.<br />

O avesso pelo verso.

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