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JORGE MEDAUAR - O Homem que Sabia - Emanuel Pimenta

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<strong>JORGE</strong> <strong>MEDAUAR</strong><br />

o homem <strong>que</strong> sabia demais<br />

1<br />

emanuel dimas de melo pimenta<br />

Onze anos depois da<strong>que</strong>le nosso primeiro encontro, começamos uma troca de<br />

correspondência <strong>que</strong> se projetaria com certa regularidade ao longo dos vinte anos<br />

seguintes.<br />

São Paulo. Maio 21. 1984<br />

Caro Jorge,<br />

Sexta Feira tivemos um rápido encontro.<br />

Não pudemos falar muito. O tempo de hoje modifica o espaço, e anda difícil estarmos<br />

tranquilamente juntos.<br />

E também por<strong>que</strong> a linguagem escrita é diferente da oral; ainda, a minha admiração<br />

e carinho sempre, por você. Estou escrevendo.<br />

Há, nesse último trabalho* – <strong>que</strong> está agora nas suas mãos – três elementos distintos<br />

de linguagem.<br />

Um verbal, com todo o aparato semântico da escrita. Dois não verbais: as ilustrações<br />

e a tipologia das letras.<br />

A adoção desses três elementos básicos acontece como referência à arquitetura<br />

japonesa.<br />

Como você pode ver no diagrama anexo, <strong>que</strong> foi o projeto do trabalho, há cinco<br />

gráficos simultâneos – são mapas, partituras.<br />

O primeiro e o segundo se referem ao fator semântico embutido no significado das<br />

ilustrações, <strong>que</strong> contamina o significado geral através das suas mutações iconológicas.<br />

O terceiro, pensado através dos processos de estruturação estética Zen, produz uma<br />

forma relativa – pela condensação ou não de certas ocorrências, através de tendências<br />

probabilísticas.<br />

O quarto emerge enquanto montagem dos textos.<br />

E, finalmente, o quinto – onde surgem as famílias de tipos com as quais o texto é<br />

editado.

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