JORGE MEDAUAR - O Homem que Sabia - Emanuel Pimenta
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<strong>JORGE</strong> <strong>MEDAUAR</strong><br />
o homem <strong>que</strong> sabia demais<br />
emanuel dimas de melo pimenta<br />
Jorge Medauar foi um grande e <strong>que</strong>rido amigo, de muitos anos.<br />
Quando morreu, em 2003, tratei de escrever este pe<strong>que</strong>no livro reunindo memórias<br />
e cartas – <strong>que</strong> para além de ser em sua homenagem são o retrato de uma época.<br />
Ele amava o Brasil e amava Portugal.<br />
Infelizmente, Brasil e Portugal não têm tido – enquanto sociedades – grande atenção<br />
no sentido da preservação da memória.<br />
Tornam-se, assim, num e noutro lado do Atlântico, povos relativamente ocos,<br />
privilegiando o aqui e agora.<br />
Mas, não há futuro sem passado, tal como não há revolução sem história.<br />
Assim, durante os últimos cinco anos nenhuma editora ou instituição no Brasil ou em<br />
Portugal se interessou pela edição em papel deste pe<strong>que</strong>no livro.<br />
Por outro lado, seguramente, a publicação eletrônica deste trabalho, de livre acesso<br />
para todos, sem barreiras de tempo ou espaço, teria sido, sempre, a melhor forma de edição<br />
para algo sobre alguém como Jorge Medauar.<br />
Em 2008, tal como meu pai, Jorge Medauar celebraria os seus noventa anos.<br />
Nos dez anos de desaparecimento do meu pai – cujo destino se cruzou com o do<br />
Jorge Medauar – também de forma totalmente independente, lancei o Museu do Desenho<br />
do Tempo.<br />
Agora, este texto escrito em Lisboa, em 2003, para o Jorge Medauar, grande e<br />
ines<strong>que</strong>cível amigo, surge como se das suas palavras emergissem magicamente a<strong>que</strong>las de<br />
Abu Zaid Ad’ul-Rahman, também conhecido como Ibn Khaldun, sábio <strong>que</strong> viveu entre 1332<br />
e 1406: para se poder aprender qual<strong>que</strong>r arte, um mestre é sempre necessário.<br />
<strong>Emanuel</strong> Dimas de Melo <strong>Pimenta</strong><br />
Locarno, Suíça. 2008