(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...
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foram escritas após ele ser o guarda-mor do reino, e importante observar que <strong>de</strong> alguma<br />
forma a nomeação aparece acompanhada da mudança do conteúdo das crônicas, ou<br />
melhor, suas crônicas tomam um tom particular após sua nomeação ao cargo na Torre<br />
do Tombo, em Lisboa. 17<br />
Como veremos a seguir, os cronistas mostravam nos seus textos uma visão do<br />
que faziam e pretendiam escrever. Através <strong>de</strong>stes trechos, po<strong>de</strong>mos investigar qual o<br />
papel das crônicas no campo do saber português no século XV, e não apenas tomar os<br />
documentos e suas informações como dados em si, que se referiam ao passado. A nossa<br />
proposta aqui é tentar enten<strong>de</strong>r qual o sentido que os cronistas davam ao seu ofício, por<br />
seu trabalho ser encomendado.<br />
1.2 O PRETÉRITO PERFEITO DAS CRÔNICAS<br />
As crônicas utilizadas nesta pesquisa encontram-se em forma <strong>de</strong> livros, sem<br />
ilustrações e divididos em forma <strong>de</strong> capítulos. Alguns dos primeiros manuscritos foram<br />
preservados em bibliotecas e arquivos públicos, e ao longo dos séculos, algumas<br />
versões impressas foram editadas, sendo que alguns editores optaram por atualizar ou<br />
não a gramática para a respectiva contemporaneida<strong>de</strong>.<br />
Apenas para citar um exemplo, a Crônica do Con<strong>de</strong> D. Pedro <strong>de</strong> Meneses,<br />
estudada por Maria Teresa Brocardo sob o viés da lingüística histórica, apresenta<br />
atualmente <strong>de</strong>z manuscritos em Portugal e Espanha, sendo que a sua pesquisa voltou-se<br />
para comparar e observar a transmissão copista <strong>de</strong>stes manuscritos, percebendo as<br />
alterações <strong>de</strong> transcrição e gramática coeva. Junto com o resultado do trabalho, a<br />
pesquisadora publicou uma edição da crônica baseada em um manuscrito, e para<br />
transpor da fonte para a editoração gráfica, algumas adaptações foram feitas, mas<br />
procurando preservar o máximo a gramática e ortografia; note-se que estas alterações<br />
17 As crônicas <strong>de</strong> Gomes Eanes <strong>de</strong> Zurara utilizadas nesta pesquisa foram consultadas a partir <strong>de</strong><br />
edições publicadas no século XX. Para a Crónica da tomada <strong>de</strong> Ceuta, segue-se a versão organizada<br />
por Reis Brasil, com algumas modificações ortográficas e notas, publicada pela editora Europa-<br />
América em 1992. Não temos a informação exata, mas tudo indica que segue a edição <strong>de</strong> 1915 da<br />
Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Ciências <strong>de</strong> Lisboa, sob códice nº. 368 e 365 do Arquivo Nacional Torre do Tombo. A<br />
sigla <strong>de</strong> referência será GEZ-CTC, com a paginação da edição. A edição da Crónica do Con<strong>de</strong> D.<br />
Pedro <strong>de</strong> Meneses utilizada é a <strong>de</strong> Maria Teresa Brocardo, publicada pela Fundação Calouste<br />
Gulbenkian em 1997, seguindo o manuscrito nº. 439 da Biblioteca Geral da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra.<br />
A sigla <strong>de</strong> referência será GEZ-CCDPM, com a paginação da edição. E por fim, a Crónica do Con<strong>de</strong><br />
D. Duarte <strong>de</strong> Meneses consultada foi a edição diplomática <strong>de</strong> Larry King, publicada em 1978 pela<br />
Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa, seguindo o manuscrito nº. 520 do Arquivo Nacional Torre do Tombo. A<br />
sigla <strong>de</strong> referência será GEZ-CCDDM, com a paginação da edição.<br />
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