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(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

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serem cavaleiros, a estes é cousa convinhável, <strong>de</strong> se fazerem festas e jogos, porque toda a força<br />

<strong>de</strong> sua honra está na fama <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>spesas. 60<br />

O filho do monarca consegue expressar com niti<strong>de</strong>z as intenções <strong>de</strong> receber a<br />

cavalaria enquanto símbolo bélico, e para tal, necessitava <strong>de</strong> ações militares,<br />

justificando o título <strong>de</strong>sejado. Mas palavras <strong>de</strong> Marie-Clau<strong>de</strong> Gerbet,<br />

En realidad, a los ojos <strong>de</strong> todos, la clase <strong>de</strong> vida noble por excelencia era la caballería. Esto<br />

significaba primeramente una consagración professional al servicio <strong>de</strong> las armas, a caballo. El<br />

caballero <strong>de</strong>bía estar constantemente a disposición <strong>de</strong>l rey, tener en su posesión un caballo <strong>de</strong><br />

cierto precio, y armas <strong>de</strong>l mismo valor. [...] A<strong>de</strong>más, el caballero disfrutaba <strong>de</strong> un gran prestigio<br />

social, porque estaba investido <strong>de</strong> una misión gloriosa: era el guerrero <strong>de</strong> Dios por excelencia.<br />

Llevaba a cabo un combate consagrado por el Evangelio, y sus virtu<strong>de</strong>s esenciales estaban<br />

también glorificadas. 61<br />

Mas para esta ação, Portugal encontrava-se em paz com Castela, e existia uma<br />

inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ataque a Granada. De outro aspecto, po<strong>de</strong>mos também perceber como a<br />

festa citadina teria um significado para mercadores, não se enquadrando os membros da<br />

casa dinástica nesta situação, que aspiravam na guerra a obtenção <strong>de</strong> honra.<br />

A solução encontrada veio por João Afonso, vedor da Fazenda do reino, que<br />

sugere o ataque a praça <strong>de</strong> Ceuta, pois “segundo o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> vossos padre e o<br />

vosso não sinto, por o presente, cousa mais honradamente pudésseis fazer <strong>de</strong> vossas<br />

honras como o filhamento daquela cida<strong>de</strong> [Ceuta].” 62 Aos argumentos <strong>de</strong> João Afonso,<br />

Cá sendo bem consi<strong>de</strong>radas todas as partes <strong>de</strong> seu movimento, acharia que, dando-lhe Deus<br />

vitória que acabaria três cousas mui gran<strong>de</strong>s, as quais nenhum gran<strong>de</strong> príncipe não <strong>de</strong>via <strong>de</strong><br />

engeitar [rejeitar], quando se lhe assim oferecessem como se a ele em tal caso ofereceram. a<br />

primeira gran<strong>de</strong> serviço a Deus. [...] E a segunda cousa é honra que se vos disso segue. Cá posto<br />

que vos Deus <strong>de</strong>sse muitas e gran<strong>de</strong>s vitórias contra vossos inimigos, isto foi em <strong>de</strong>fensão <strong>de</strong><br />

vosso reino [...] E a terceira cousa é a gran<strong>de</strong> e boa vonta<strong>de</strong> que ten<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nos fazer<strong>de</strong>s<br />

honradamente cavaleiros, o que por outra guisa não po<strong>de</strong>reis fazer <strong>de</strong> que se a vós e a nós siga<br />

maior honra, pois que outra nenhuma conquista não ten<strong>de</strong>s em que o possais fazer. 63<br />

Com a sugestão <strong>de</strong> João Afonso, os objetivos pretendidos, tanto do rei como dos<br />

seus filhos em servir a Deus e receber a cavalaria em combate, estariam passíveis <strong>de</strong><br />

alcance. Este pensamento, como veremos, associava-se ao elemento <strong>de</strong> luta contra o<br />

muçulmano, <strong>de</strong> merecimento <strong>de</strong> ações tendo como base a guerra. Se pensarmos nos<br />

60 GEZ-CTC, Cap. VIII, p. 56.<br />

61 GERBET, Marie Clau<strong>de</strong>. La nobleza en la Corona <strong>de</strong> Castilla: sus estructuras sociales em<br />

Extremadura (1454-1516). Cárceres: Institución Cultural “El Brocense”, 1989. p. 52.<br />

62 GEZ-CTC, Cap. IX, p. 58.<br />

63 GEZ-CTC, Cap. IX, p. 59.<br />

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