30.04.2013 Views

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mister algum refresco para vossos cavaleiros e fidalgos, vos envia ali aquele gado, o qual vos<br />

pe<strong>de</strong> por mercê que recebais <strong>de</strong>le em serviço como <strong>de</strong> cousa vossa. 76<br />

O rei agra<strong>de</strong>ce a iniciativa <strong>de</strong> Martim Fernan<strong>de</strong>s Portocarreiro e seu filho, mas<br />

aconselha este a fica na região. De qualquer forma, esta recepção mostra-se importante<br />

para o <strong>de</strong>correr da situação que se travara, como veremos mais a frente.<br />

2.5 O CONTROLE PORTUGUÊS E A SIMBOLOGIA DA CAVALARIA<br />

A viagem segue, e os portugueses acabam tendo algumas hesitações ou dúvidas<br />

sobre como atacar a cida<strong>de</strong>, que topográfica e geograficamente traria dificulda<strong>de</strong>s em<br />

um cerco, pela entrada facilitada <strong>de</strong> ajuda vinda do continente. 77 A solução foi mais<br />

emotiva do que estratégica, sendo que no momento que os barcos se aproximam do<br />

litoral, <strong>de</strong>sfizeram-se as táticas ou movimentos organizados. Lembremos apenas como<br />

este impulso seria enaltecido como um traço qualificativo dos portugueses por parte do<br />

cronista, mas po<strong>de</strong>mos pensar também do espírito <strong>de</strong> salvação da alma por lutarem em<br />

nome da fé cristã, <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong> qualquer medo da morte, como nos aponta João<br />

Marinho dos Santos:<br />

Rapidamente, vamos referir alguns ritos sagrados introduzidos logo na operação da tomada <strong>de</strong><br />

Ceuta, lembrando, a propósito, que, para Deus se dispor a auxiliar os cristãos no extermínio dos<br />

muçulmanos, exigia que eles se arrepen<strong>de</strong>ssem dos seus pecados, fizessem penitência e<br />

confiassem no seu po<strong>de</strong>r. Deste modo, todo o sentido do ritual religioso antes do combate<br />

apontará para que o guerreiro se mostre arrependido através do acto <strong>de</strong> confissão, se apresente<br />

purificado pela absolvição e acredite que Deus-Todo-Po<strong>de</strong>roso está efectivamente a seu lado. 78<br />

O relato do cronista sobre o ataque procura <strong>de</strong>monstrar a ação dos portugueses<br />

em dominar a região, nomeando vários personagens <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, tanto em situações <strong>de</strong><br />

entradas bem-sucedidas com hasteamento <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>iras, como em casos <strong>de</strong> morte. Nesta<br />

última, o relato <strong>de</strong> Zurara ganha uma conotação <strong>de</strong> homenagem, porque assim o cristão<br />

morto seria lembrado, associando os preceitos <strong>de</strong> lutar contra o infiel com a salvação da<br />

alma. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o ataque extremamente rápido, pois em um espaço <strong>de</strong> um dia,<br />

mais especificamente no dia 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1415, os portugueses conseguiram<br />

controlar a praça, expulsando ainda que momentaneamente boa parte da população<br />

local.<br />

76 GEZ-CTC, Cap. LVI, p. 191.<br />

77 Para uma visualização da região, conferir nos ANEXOS o MAPA 2.<br />

78 SANTOS, João Marinho dos. op. cit., p. 159.<br />

48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!