30.04.2013 Views

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Este trecho ilustra a união dos elementos religiosos <strong>de</strong> lutar contra o muçulmano,<br />

afirmando como esta luta era louvada também em termos militares, aliando e não<br />

po<strong>de</strong>ndo ser pensado em separado; honra, glória e cavalaria faziam parte da mesma<br />

lógica, on<strong>de</strong> o combate contra o muçulmano agrupava os respectivos interesses. Isso<br />

po<strong>de</strong> ser bem visualizado quando Marie Clau<strong>de</strong> Gerbet <strong>de</strong>fine os elementos simbólicos<br />

da cavalaria, on<strong>de</strong> a nobreza ocupava o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque:<br />

[...] [<strong>de</strong>senvolveu-se] en el corazón <strong>de</strong> la caballería, la honra, noción esencial para compren<strong>de</strong>r la<br />

mentalidad nobiliaria. El término honra poseía um doble significado: en primer lugar, como<br />

señala A. Sanchez Albornoz, la ‘honra-homenaje personal’, el homenaje <strong>de</strong>bido a los reyes, a los<br />

po<strong>de</strong>rosos, y <strong>de</strong>spués la ‘honra-categoría social’, es <strong>de</strong>cir, el rango social herdado o conferido<br />

por el rey, o incluso adquirido por alguna acción brillante que confería la gloria. En los últimos<br />

años <strong>de</strong> la Edad Media, el i<strong>de</strong>al caballeresco había cristalizado en torno a la honra, que llegó a<br />

ser verda<strong>de</strong>ro cimiento <strong>de</strong> la mentalidad nobiliaria, pero que también ejercía influencia sobre el<br />

resto <strong>de</strong> la sociedad. La preocupación por mantener la honra y ganar la gloria, essencialmente<br />

militar, sobrevivieron mucho a la caballaria. El caballero ejercía, pues, un oficio prestigioso,<br />

cuyo i<strong>de</strong>al, forjado a lo largo <strong>de</strong> los años <strong>de</strong> lucha contra el infiel, cuando la guerra se<br />

i<strong>de</strong>ntificaba con la cruzada, estaba siempre vivo en el siglo XV. Es indudable que la caballería<br />

clásica había alcanzado elevada consi<strong>de</strong>ración en la sociedad. 81<br />

Após a missa, os filhos do monarca voltam para suas guarnições, vestem o traje<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> cavaleiro para receberem a investidura, passando esta qualida<strong>de</strong> aos seus<br />

respectivos seguidores e protetores, como bem <strong>de</strong>screve Gomes Eanes <strong>de</strong> Zurara em<br />

outro trecho que sinaliza para a importância dos nomes em forma <strong>de</strong> lista e sua<br />

disposição na hierarquia <strong>de</strong> prestígio:<br />

E, tanto que chegaram ante ele [D. João I], o Infante Duarte se pôs primeiramente em joelhos e<br />

tirou a espada da bainha e beijou-a e meteu-a na mão a seu padre e fez-o com ela cavaleiro. E por<br />

semelhante guisa fizeram seus irmão. E isto assim acabado, beijaram-lhe a mão e afastaram-se<br />

para uma parte, cada um para fazer os <strong>de</strong> sua quadrilha cavaleiro. Muito me pesa, porque não<br />

pu<strong>de</strong> saber os nomes daqueles que ali receberam or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> cavalaria. Empero <strong>de</strong> alguns que<br />

aprendi. o Infante Duarte fez cavaleiro o con<strong>de</strong> Dom Pedro e Dom Fernando <strong>de</strong> Meneses e Dom<br />

João <strong>de</strong> Noronha e Dom Henrique seu irmão e Pero vaz <strong>de</strong> Almada e Nuno Martins da Silveira e<br />

Diogo Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Almeida e Nuno vaz <strong>de</strong> Castelo-Branco e assim outros alguns. E o Infante<br />

Dom Pedro fez hi cavaleiros Aires Gomes da Silva filho <strong>de</strong> João Gomes e Álvaro Vaz <strong>de</strong><br />

Almada e Aires Gonçalves <strong>de</strong> Abreu e Martim Correia e João <strong>de</strong> Ataí<strong>de</strong> e Martim Lopes <strong>de</strong><br />

Sequeira. E o Infante Dom Henrique fez cavaleiros, Dom Fernando senhor <strong>de</strong> Bragança e Gil<br />

Vaz da Cunha e Álvaro da Cunha e Álvaro Pereira Álvaro Fernan<strong>de</strong>s Mascarenhas e Vasco<br />

Martins <strong>de</strong> Albergaria e Diogo Gomes da Silva e assim outros. E <strong>de</strong> el-Rei não falamos nada,<br />

porque fez a tantos até que, com enfadamento os leidou <strong>de</strong> fazer. 82<br />

Após essa cerimônia altamente <strong>de</strong>stacada pelo cronista, pois legitimava as ações<br />

militares em solo africano, Zurara <strong>de</strong>screve como ela teria em si uma significação<br />

81 GERBET, Marie Clau<strong>de</strong>. op. cit., p. 56.<br />

82 GEZ-CTC, Cap. XCVI, p. 276-277.<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!