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(C. 1385-1464) 2007 - Departamento de História - Universidade ...

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2 ADESÃO NO REINO E ESPÍRITO CRUZADÍSTICO NO NOROESTE AFRICANO<br />

O tema das navegações no século XV po<strong>de</strong> ser abordado sob vários olhares, isto<br />

é, o período é i<strong>de</strong>ntificado como uma passagem da Ida<strong>de</strong> Média à Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna, e<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta transição, po<strong>de</strong>-se tanto optar por concluir um estudo sobre o medievo<br />

como iniciar a época mo<strong>de</strong>rna como fruto das navegações. Dentro da bibliografia que<br />

consultamos, poucos são os trabalhos que integraram organicamente o período, unindo<br />

os elos da transição. Acreditamos que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste recorte houve alterações que marcam<br />

uma diferença conceitual, mas ficamos com a idéia <strong>de</strong> que não se procura articular <strong>de</strong><br />

forma mais profunda e <strong>de</strong>talhada as fontes. Se houve transformações, permanências<br />

também po<strong>de</strong>m ser observadas. Humberto Baquero Moreno sintetiza isto muito bem<br />

quando escreve:<br />

Uma questão que tem dividido os historiadores portugueses consiste na <strong>de</strong>terminação do<br />

momento exacto ou aproximado em que Portugal entra na Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna. Este problema<br />

encontra-se directamente relacionado com a caracterização dos ingredientes que <strong>de</strong>finem o<br />

mo<strong>de</strong>rnismo face o medievalismo representativo <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> manifestações que o<br />

<strong>de</strong>terminam. Todo este processo traduz-se em assintonias que nos permitem consi<strong>de</strong>rar que<br />

existem diversos momentos, que pela sua heterogeneida<strong>de</strong> não permitem afirmar em termos<br />

cronológicos o salto da Ida<strong>de</strong> Média para a Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna. Verifica-se a existência <strong>de</strong> diversos<br />

patamares cujo ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é assimétrico e <strong>de</strong>sigual. 34<br />

O interesse da pesquisa surgiu pelos aspectos da tomada <strong>de</strong> Ceuta pelos<br />

portugueses em 1415, e buscando informações sobre o contexto, o referido episódio<br />

inseria-se na bibliografia consultada como marco introdutório aos processos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrimento e dominação <strong>de</strong> rotas e terras em América, África e Ásia; Ceuta e 1415<br />

são os marcos iniciais do Império marítimo português. 35 Em outras palavras, até se<br />

procurava explicar os motivos, como iremos tratar no capítulo, mas notou-se na<br />

bibliografia que não havia uma discussão mais profunda entre a mudança dinástica e o<br />

processo <strong>de</strong> tomada militar.<br />

Os cronistas dos quais nos valemos <strong>de</strong> relato sobre o período, Fernão Lopes e<br />

Gomes Eanes <strong>de</strong> Zurara, a princípio não são trabalhados conjuntamente, e talvez isso<br />

cause a idéia <strong>de</strong> que seus textos não possuem relações possíveis <strong>de</strong> análise. Muitas<br />

vezes Fernão Lopes é i<strong>de</strong>ntificado como o último dos cronistas medievais. No entanto,<br />

34 MORENO, Humberto Baquero. A Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna entre luzes e sombras. In: NOVAES, Adalto.<br />

(Org.) A <strong>de</strong>scoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 163.<br />

35 Sobre o Império português, consultar: BOXER, Charles. O império marítimo português. 1415-1825.<br />

São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 442 p.<br />

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