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Winnicott (1987) afirma que:<br />

Quando uma criança rouba fora de casa ainda está procurando a mãe, mas<br />

procura-a com maior sentimento de frustração e necessitando cada vez mais<br />

encontrar ao mesmo tempo, a autoridade paterna que pôr e porá um limite ao<br />

efeito concreto de seu comportamento impulsivo e a atuação das idéias que<br />

lhe ocorrem quando está excitada (...). O pai rigoroso que a criança evoca<br />

também pode ser amoroso, mas deve ser antes de tudo, severo e forte.<br />

Somente quando a figura paterna rigorosa e forte está em evidência, á<br />

criança pode recuperar seus impulsos primitivos de amor, seu sentimento de<br />

culpa e seu desejo de corrigir-se.<br />

Pensando as idéias propostas, percebe-se quão importante se faz o estabelecimento da<br />

função paterna na vida subjetiva, a psicanálise problematiza essa questão, entendendo esse<br />

comportamento delinquente como um pedido de socorro e ainda um ato de esperança. Aponta<br />

a necessidade de um olhar mais abrangente e não limitante a essas questões.<br />

Considerações finais<br />

Diante de toda a formulação teórica exposta entendemos o quanto a função paterna<br />

tem grande importância no desenvolvimento psíquico de crianças e adolescentes, aqui se<br />

referindo mais precisamente aos adolescentes que vivenciam e praticam atos infracionais.<br />

Percebemos nas ideias explanadas que a falha nesta função acarreta grandes prejuízos, não<br />

pensando somente no pai inexistente, mas na falha desta função de quem a representa. Não<br />

concluímos que a ocorrência de atos infracionais advenha somente da falta do<br />

estabelecimento da função paterna, mas é inevitável a discussão que ela se faz muito<br />

importante.<br />

A função paterna, a inscrição do Nome-do-Pai, não ganha tanto destaque na produção<br />

acadêmica, tendo em vista que a função materna aparece mais apontada enquanto facilitadora<br />

ou não do desenvolvimento emocional.<br />

Observamos o quanto o comportamento delinquênte em adolescentes, através da<br />

prática de atos infracionais aparece como tentativa de inscrição na ordem simbólica e de<br />

participação na ordem social, uma busca por uma significação fálica, determinada pela função<br />

paterna. Winnicott em seus trabalhos sobre a tendência anti-social aponta o ato infracional<br />

como uma pedido de socorro e um ato de esperança, porém percebemos que esse pedido não é<br />

bem compreendido pelo social.<br />

Assim, não pretendemos aqui concluir, mas continuar a pensar sobre essa adolescência<br />

e o que lhes falta, para que quem o socorro venha e a esperança não se encerre.<br />

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