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Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

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Pintor se eu fora <strong>de</strong> gentil pincel,<br />

mago painel esboçaria...<br />

(Cria<strong>do</strong> ressona)<br />

- Ah! Dorme! pois espera! (Guarda os versos e percorre a cena.) O que é isto? Um saco <strong>de</strong><br />

dinheiro! Dez contos <strong>de</strong> réis! Olé! Olá! (Carregan<strong>do</strong> com o saco.) Ora! Tu estás coberto <strong>de</strong> louro! não<br />

precisas <strong>de</strong> louras... (Sai.)<br />

CRIADO (Sonhan<strong>do</strong>.) - Assim, General! Às armas! Às armas! Fogo! (Um Admira<strong>do</strong>r, à palavra<br />

"fogo", assusta-se e cai.)<br />

Cena XII<br />

Os mesmos e uma Comissão<br />

UM ADMIRADOR - Bravo! General!<br />

CRIADO (Acordan<strong>do</strong> sobressalta<strong>do</strong>.) - Quem é? Quem é?<br />

ADMIRADOR - A Comissão!<br />

CRIADO - A Comissão! (Salta da cama.) Eu vou prevenir Sua Excelência.<br />

ADMIRADOR - Dá licença! Ela aí vem! (Começa a aparecer uma enorme lança, que atravessa a<br />

cena <strong>de</strong> la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>. Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter a lança <strong>de</strong>sapareci<strong>do</strong> em meio por um la<strong>do</strong>, aparecem as<br />

personagens que seguram no cano pelo outro la<strong>do</strong>. Admira<strong>do</strong>r, ensaian<strong>do</strong>-se.)<br />

Em honra <strong>de</strong> teus feitos, ó solda<strong>do</strong>,<br />

vence<strong>do</strong>r! vence<strong>do</strong>r! gênio imortal,<br />

esta lança te dão alguns sujeitos<br />

Em prova <strong>de</strong> muita consi<strong>de</strong>ração, ó General.<br />

OUTRO ADMIRADOR - Este último verso está mais compri<strong>do</strong> <strong>do</strong> que a lança.<br />

ADMIRADOR - O que abunda não prejudica.<br />

CRIADO - Sua Excelência pe<strong>de</strong> o obséquio <strong>de</strong> passarem à outra sala, on<strong>de</strong> os espera a to<strong>do</strong>s.<br />

(To<strong>do</strong>s saem.)<br />

TODOS - Viva o nosso herói!<br />

QUADRO IX<br />

Cena XIII<br />

(Vista <strong>de</strong> rua. Os personagens <strong>de</strong> costume enchem a rua.)<br />

Gar<strong>de</strong>n, só<br />

GARDEN (Velho americano encosta<strong>do</strong> ao portão fuman<strong>do</strong>.) - Oh! Este é o verda<strong>de</strong>iro felicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ste vida. Estar sempre tranqüila, ganha dinheiro, dá boa dive<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, serve perfeitamente o público<br />

fluminense e mora numa chácara por on<strong>de</strong> ninguém po<strong>de</strong> passar para que eu arremata privilégio... Casa<br />

esta muito minha.<br />

Cena XIV<br />

O mesmo e Zé Povino<br />

ZÉ - Oh! Monsiú... Vossa Senhoria dá licença que eu passe por cá?<br />

GARDEN - O que você quer faz? Se quer, vai em novas trilhos... faz favor, volta seu caminho.<br />

ZÉ - Nada, não senhor, vou no trilho <strong>de</strong> minha mulher, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> velha <strong>de</strong>u em gaiteira.<br />

Consta-me que ela está lá da outra banda, e, como o caminho mais curto é este...<br />

GARDEN - Você po<strong>de</strong> passa, mas dá cá uma níquel <strong>de</strong> duzentos réis...<br />

ZÉ - Se essa é a dúvida.. aqui tem; posso passar?<br />

GARDEN - Passa po<strong>de</strong>. (Zé sai.)<br />

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