14.05.2013 Views

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ARTE - Zé Povinho, vou-te mostrar um trabalho digno <strong>do</strong> teu apreço! Olha e admira! (Rompe-se<br />

o pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> e aparece o quadro da Batalha <strong>de</strong> Avaí. Hino Nacional em surdina. Execução da<br />

mutação.)<br />

POLÍTICA (À esquerda, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s teatros.) - Ora! Tem <strong>de</strong>feitos.<br />

ARTE - Po<strong>de</strong>rá não os achar a Política. (Mutação.)<br />

QUADRO XV<br />

a Imprensa Nacional<br />

ARTE - Aqui tens, Zé Povinho, outra obra <strong>de</strong> arte digna <strong>de</strong> ti! É um edifício que honra o país. (A<br />

Arte sai.)<br />

ZÉ - Mas este é mais pequeno que a verda<strong>de</strong>ira arte. Outro não caberia na porta...<br />

Cena VII<br />

Política, Zé Povinho e Opinião<br />

POLÍTICA - Ficaste embasbaca<strong>do</strong>, meu tolo! Sempre és muito lorpa! Pois, anda daí, vem ver<br />

como ressurjo os mortos!<br />

OPINIÃO - Ressurge os mortos! Cre<strong>do</strong>!<br />

POLÍTICA - Acompanhas-me?<br />

ZÉ - Como não? Se minha mulher já tivesse morri<strong>do</strong> é que me não pilhavas lá!<br />

POLÍTICA - Vamos! (Saem.)<br />

Cena VIII<br />

Uma Russa, seguida por algumas pessoas <strong>do</strong> povo<br />

RUSSA (Len<strong>do</strong>.) - Mais la femme és la más perfeta creatin of the God!<br />

TODOS - Basta! Basta! Ó Senhor! Que maçada!<br />

ESPECTADOR - O que é isto?<br />

RUSSA - La femme...<br />

TODOS - Basta! Basta! (A Russa continua a falar ao povo, que protesta e foge. Especta<strong>do</strong>r salta<br />

ao palco.)<br />

ESPECTADOR - Nada! Eu quero saber o que é isto! Não está bem explica<strong>do</strong>! (Agarra um homem<br />

<strong>do</strong> povo que vai sain<strong>do</strong> por último.) Diga-me: o que é isto?<br />

HOMEM- É uma literata lá da Sibéria!..<br />

ESPECTADOR - Pois olhe: é bem quente!<br />

HOMEM - Fez-nos, no <strong>Teatro</strong> São Pedro, uma leitura impossível sobre a mulher...<br />

ESPECTADOR - E sobre o homem? Não disse nada?<br />

HOMEM - Saímos <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teatro, e ela entrou a perseguir-nos. Quero ver no que dá isto.<br />

(Sai a correr.)<br />

ESPECTADOR - Que diabo <strong>de</strong> mulher! O que vem a ser isto!<br />

Cena IX<br />

Especta<strong>do</strong>r, um Sujeito e Telefone<br />

SUJEITO (Com o fio e a trombeta <strong>do</strong> Telefone.) Arre<strong>de</strong>-se, sim, arre<strong>de</strong>-se! An<strong>do</strong> a fazer<br />

experiências <strong>do</strong> Telefone.<br />

ESPECTADOR - O Telefone!<br />

SUJEITO (Falan<strong>do</strong> pelo telefone.) - Congratulo-me por este melhoramento...<br />

O TELEFONE - Bem, muito obriga<strong>do</strong>!<br />

SUJEITO - Bem; vou para mais longe. (Sai a correr: pouco <strong>de</strong>pois passa o indivíduo que leva a<br />

outra extremida<strong>de</strong>.)<br />

216

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!