Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo
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CENA IX<br />

CARVALHO, SOUSA, escondi<strong>do</strong>s, VALENTINA, GUSTAVO<br />

VALENTINA (Entran<strong>do</strong> pela direita, segun<strong>do</strong> plano, acompanhada por Gustavo.)<br />

- Já cá não está,<br />

GUSTAVO - Foi-se embora?<br />

VALENTINA - Arrepen<strong>de</strong>u-se talvez...<br />

GUSTAVO - Pois olha: mesmo por três<br />

é negócio.<br />

SOUSA - Nós agora!<br />

(Salta <strong>do</strong> escon<strong>de</strong>rijo e agarra Gustavo pelo pulso.)<br />

Ai, grandíssimo cachorro!<br />

CARVALHO (O mesmo com Valentina.)<br />

- Canalha! corja! canalha!<br />

SOUSA (Agitan<strong>do</strong> a bengala.)<br />

- Vais ver como isto trabalha!<br />

CARVALHO - Pe<strong>de</strong> já perdão!<br />

VALENTINA (Cain<strong>do</strong> <strong>de</strong> joelhos.) - Socorro!...<br />

CARVALHO (Cruzan<strong>do</strong> os braços.)<br />

- Pois lucrei com a minha vinda<br />

aqui!<br />

SOUSA - Com que tua irmã<br />

é uma torpe barregã,<br />

e tu és mais torpe ainda!<br />

Apanha! (Dá-lhe com a bengala.)<br />

GUSTAVO (Esquivan<strong>do</strong>-se) - Senhor!<br />

SOUSA (Perseguin<strong>do</strong>-o e dan<strong>do</strong>-lhe.) - Apanha!<br />

Toma! Toma!<br />

GUSTAVO (No mesmo.) - Ai! Quem me aco<strong>de</strong>?<br />

SOUSA - Toma, patife!<br />

GUSTAVO - Não po<strong>de</strong>!<br />

(O joalheiro entra pela esquerda, segun<strong>do</strong> plano e interpõe-se.)<br />

CARVALHO - Pouca vergonha tamanha<br />

nunca se viu!<br />

O JOALHEIRO (Apartan<strong>do</strong> Sousa e Gustavo.) - Mas que é isto?<br />

SOUSA - Deixe matar este cão!<br />

CARVALHO (A Gustavo.) - Que é <strong>do</strong> <strong>do</strong>utor Perdigão?<br />

O JOALHEIRO - Que fez o pobre <strong>de</strong> Cristo?<br />

VALENTINA (Como ferida por uma idéia súbita.) - E a jóia?<br />

(Cai <strong>de</strong>smaiada em uma ca<strong>de</strong>ira; Sousa e Carvalho dão-se o braço e <strong>de</strong>scem à cena. Gustavo<br />

corre para Valentina, e ven<strong>do</strong> que está <strong>de</strong>smaiada, sai pela direita, primeiro plano. Saída falsa. O<br />

joalheiro fica ao fun<strong>do</strong> como que aprecian<strong>do</strong>.)<br />

SOUSA (A Carvalho.) - 'Stá satisfeita<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong> a nossa vingança!<br />

Partamos sem mais tardança!<br />

CARVALHO - É compadre, a conta feita,<br />

saio com o cobre que trouxe.<br />

SOUSA - Eu sinto um prazer estranho;<br />

mas hei <strong>de</strong> tomar um banho<br />

quan<strong>do</strong> sair <strong>de</strong>ste alcouce.<br />

GUSTAVO (Volta com um frasquinho, que faz aspirar Valentina.)<br />

- Valentina!<br />

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