14.05.2013 Views

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O DOUTOR (À parte.) - Felizmente. (Ao Tenente-coronel.) Já vê que não há remédio...<br />

O TENENTE-CORONEL - Fica para outra vez!<br />

O MESTRE-ESCOLA - Vamo, que eles lá <strong>de</strong>ntro já está cansa<strong>do</strong> <strong>de</strong> esperá.<br />

O DOUTOR - Vamos! Vá adiante... Não é preciso agarrar-me! (Sai o Mestre-escola, dan<strong>do</strong> um<br />

encontrão em Dona Maria. A Dona Maria:) Já sei, minha senhora: anda à procura <strong>de</strong> meu braço. Aqui o<br />

tem! (Dá-lhe o braço e sai com ela.)<br />

CENA XI<br />

O TENENTE-CORONEL<br />

O TENENTE-CORONEL - E nada <strong>de</strong> explicações! Quan<strong>do</strong> vamos chegan<strong>do</strong> a fala, somos<br />

interrompi<strong>do</strong>s! No entanto, preciso... quero saber que explicação tem tu<strong>do</strong> isto! ah! uma pupila!<br />

Coplas<br />

I<br />

Resgata os nossos muitos peca<strong>do</strong>s<br />

Uma pupila <strong>do</strong> nosso amor;<br />

Se um pai zeloso tem mil cuida<strong>do</strong>s,<br />

Os tem maiores um bom tutor.<br />

Constantemente meti<strong>do</strong> em danças,<br />

Este, coita<strong>do</strong>, tem que se achar;<br />

Ditos, motejos, <strong>de</strong>sconfianças<br />

Tem costas largas para agüentar.<br />

II<br />

Não tem vonta<strong>de</strong>s, não tem direitos,<br />

Um <strong>de</strong>sgraça<strong>do</strong>, pobre tutor;<br />

Os seus afetos estão sujeitos<br />

Ao juiz d'órfãos e ao cura<strong>do</strong>r.<br />

E, todavia, queira ou não queira<br />

Pai como aqueles que mais o são;<br />

'Stou convenci<strong>do</strong> que o Padre Vieira<br />

Tinha, oh! se tinha! muita razão.<br />

(Entram todas as senhoras, menos Francelina e Leonor, perseguidas pelos homens, que trazem à<br />

sua frente Raimun<strong>do</strong>. A música das coplas pren<strong>de</strong>-se à <strong>do</strong> coro.)<br />

CENA XII<br />

O TENENTE-CORONEL, O DOUTOR, FREDERICO, PASSOS PEREIRA, RAIMUNDO, O VIGÁRIO, O MESTRE-<br />

ESCOLA, DONA MARIA, convida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ambos os sexos.<br />

HOMENS (Empurran<strong>do</strong> Raimun<strong>do</strong> e perseguin<strong>do</strong> as senhoras.)<br />

Há <strong>de</strong> beijá-las!<br />

Há <strong>de</strong> abraçá-las!<br />

Peça licença:<br />

Cumpra a sentença!<br />

AS SENHORAS (Fugin<strong>do</strong>.) Não me beijará!<br />

O quê! O quê!<br />

Não vê! Não vê!<br />

OS HOMENS - Há <strong>de</strong> abraças!<br />

AS SENHORAS - Não me abraçará!<br />

OS HOMENS - Há <strong>de</strong> beijar!<br />

AS SENHORAS - Não há <strong>de</strong> beijar!<br />

O TENENTE-CORONEL - Que bulha, ó Cristo!<br />

Pra que gritar?<br />

Expliquem-me isto,<br />

311

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!