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Teatro de Artur Azevedo - a casa do espiritismo

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(Assustan<strong>do</strong>-se.) Escondam-se!<br />

ALFERES e JOSÉ - Oh! (Desaparecem ambos. Forte na orquestra.)<br />

JOSEFINA - Vivants tous <strong>de</strong>ux, ces farceurs <strong>de</strong> turcs m'ont fait poser! (Entra Custódio um pouco<br />

embriaga<strong>do</strong>.)<br />

JOSEFINA, CUSTÓDIO, <strong>de</strong>pois NATIVIDADE<br />

CUSTÓDIO - O champanha é bom, mas é velhaco. Fiz como o patrão, tomei uma turca. (A<br />

Josefina) Meu amo, o décimo terceiro raio <strong>do</strong> sol, man<strong>do</strong>u dizer a vossemecê que... (Procuran<strong>do</strong><br />

lembrar-se.) O que o diabo man<strong>do</strong>u ele dizer? Ora esta?<br />

JOSEFINA - Durma um poucochinho.<br />

CUSTÓDIO - Isso não! Não posso <strong>do</strong>rmir ao pé <strong>de</strong> um prato <strong>de</strong> cerejas.<br />

JOSEFINA - Pobre turco!<br />

CUSTÓDIO (À parte.) - É esplêndida! (Toma-lhe a mão e beija-a.) Tombuctu1 Tombuctu!<br />

JOSEFINA - O quê? Ah! Quer a outra! (Dá-lhe a outra mão, Custódio beija-a.) Pobre<br />

mamamuth!...<br />

NATIVIDADE (Entra pelo fun<strong>do</strong> com o turbante enviesa<strong>do</strong>.) - Não sei o que tenho... Eu não sou<br />

turco, mas também parece-me que não estou lá muito cristão! (Alto.) Omar, sola <strong>do</strong>s meus sapatos!<br />

(Toma-lhe o braço e encostam-se um ao outro rin<strong>do</strong>.) Que a minha vonta<strong>de</strong> seja a tua lei! (Tiran<strong>do</strong> um<br />

lenço da algibeira.) Chegou o momento. Leva esta mensagem à sultana!<br />

JOSEFINA -Rigri... et <strong>de</strong>man<strong>de</strong> l'addition!...<br />

CUSTÓDIO (À parte, com o lenço na mão aproximan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> Josefina, a cambalear.) - Estou com<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> lhe dar também o meu. (Tira da algibeira um lenço <strong>de</strong> tabaco e , <strong>do</strong>bran<strong>do</strong> o joelho,<br />

apresenta os <strong>do</strong>is lenços a Josefina.) Branca filha da branca Circássia... aceita este testemunho <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração e respeito com que somos <strong>de</strong>... Vossa Senhoria... atentos, venera<strong>do</strong>res e cria<strong>do</strong>s...<br />

JOSEFINA - Dois lenços! eu não estou en<strong>de</strong>fluxada!<br />

NATIVIDADE (Aproximan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>sta com amor.) - Preciso dizer-te tantas coisas!<br />

JOSEFINA - Permite-me, gran<strong>de</strong> luz, que eu vá vestir os meus vesti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gala.<br />

NATIVIDADE - Que te acompanhem as graças e te conduzam amores. Tem três minutos para<br />

mudar a fatiota. (Josefina sai pela direita média.)<br />

CENA XXI<br />

NATIVIDADE e CUSTÓDIO<br />

CUSTÓDIO - É pena que o patrão só tivesse compra<strong>do</strong> uma.<br />

NATIVIDADE - Omar!<br />

CUSTÓDIO (Sem dar-lhe ouvi<strong>do</strong>s.) - Se ele ma quisesse ce<strong>de</strong>r pelo custo...<br />

NATIVIDADE - Omar!...<br />

CUSTÓDIO - Patrão!...<br />

NATIVIDADE - Inunda-me <strong>de</strong> perfumes. Quero embriagá-la.<br />

CUSTÓDIO - Perfumes? Então, com licença: vou até os Dois Oceanos.<br />

NATIVIDADE - Quais Dois Oceanos! Toma! (Tira da algibeira <strong>do</strong>is vidros <strong>de</strong> perfumarias.)<br />

Derrama-me essas águas nos cabelos... no pescoço...<br />

CUSTÓDIO - Eu também sou filho <strong>de</strong> Deus! (Derrama um vidro sobre Nativida<strong>de</strong> e outro sobre<br />

si.)<br />

NATIVIDADE - Derrama... Nos olhos não, <strong>de</strong>sgraça<strong>do</strong>! (Ten<strong>do</strong>-se acaba<strong>do</strong> a perfumaria, <strong>de</strong>rrama<br />

Custódio sobre Nativida<strong>de</strong> o champanha <strong>de</strong> uma garrafa que trouxe <strong>de</strong>baixo <strong>do</strong> braço.)<br />

CUSTÓDIO - Acabou-se. (Desfaz-se da garrafa e <strong>do</strong>s vidros.)<br />

NATIVIDADE - Escravo, é a festa <strong>do</strong>s mirtos! Vai buscar a formosa Zetublé.<br />

CENA XXII<br />

NATIVIDADE, CUSTÓDIO, SIMPLÍCIA, <strong>de</strong>pois JOSÉ, ALFERES, E JOSEFINA<br />

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