DA INFLUENCIA DO CONHECIMENTO ORTOGRÁFICO SOBRE O ...

Pensamos que o Quadro 13.3 nos permite identificar uma mudança da
representação destas sequências, a nível da divisão silábica das respectivas consoantes,
no conhecimento fonológico das 42 crianças da população entre o I o e o 2 o ano do
estudo, parecendo-nos lícito concluir que, no final do I o ano (2 a observação), não se
estabeleceu ainda uma preferência nítida das crianças por uma das duas divisões
silábicas em confronto, contrariamente ao verificado no final do 2° ano (5 a observação),
em que se nos afigura claro o estabelecimento de uma preferência mais definitiva pela
i o
divisão heterossilábica .
Para fundamentarmos esta inferência, atendemos sobretudo aos seguintes
aspectos parcelares dos nossos resultados:
1) A percentagem de segmentações heterossilábicas destas sequências
passa, da 2 a para a 5 a observação, de um valor minoritário (=46,9%) no
total das segmentações silábicas explícitas para um valor maioritário
(=82,5%).
18 Em relação às divisões silábicas explícitas destas sequências obtidas na I a observação do estudo (início
do I o ano - vd. 8.4.1.1.1.2), lembramos, uma vez mais, que os principais objectivos dessa I a recolha se
relacionavam sobretudo com a comparação, implicada na Hipótese A, entre as capacidades de
manipulação fonémica e as capacidades de manipulação silábica, pelo que o material linguístico do teste
de segmentação silábica incluído nessa observação é mais reduzido, não permitindo, por isso,
comparações estatísticas com os resultados do mesmo teste nas observações posteriores. Apesar deste
aspecto, referiremos que, na I a observação, as segmentações tautossilábicas destas sequências foram
maioritárias em termos percentuais (totalizando 60,8% das segmentações recolhidas). Lembramos que
este valor se refere somente a 2 palavras ("plástico" e "refresco" - vd. 8.4.1.1.1.2), o que nos leva a
abster-nos de qualquer conclusão ou comentário a tal valor. Uma vez que, de acordo com a Hipótese C e a
respectiva fundamentação, nos interessava sobretudo comparar dados obtidos antes e depois da
aprendizagem formal das regras de translineação gráfica, e dado que, como deixámos claro na nota 16
deste capítulo, essa aprendizagem teve lugar somente, nas 3 turmas participantes, no 2 o ano de
escolaridade (logo, após a 2 a observação, que recorreu ao mesmo material linguístico utilizado na 5 a
observação), esta desvalorização dos dados da I a observação não nos parece gravemente comprometedora
de conclusões mais aprofundadas nesta matéria.
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