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DA INFLUENCIA DO CONHECIMENTO ORTOGRÁFICO SOBRE O ...

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1.5 - Outras interpretações da variação e da heterogeneidade no quadro da teoria<br />

generativa<br />

Depois de termos percorrido, no ponto anterior, uma série de argumentos<br />

oriundos principalmente das áreas da sociolinguística e da psicolinguística que<br />

questionam o carácter homogéneo e invariável do conhecimento da língua preconizado<br />

pela linguística generativa principalmente nas suas primeiras formulações<br />

programáticas 56 , veremos, de seguida, a resposta dada a tais argumentos por alguns<br />

autores que desenvolvem a sua investigação num enquadramento teórico generativista.<br />

Assim, referiremos, em primeiro lugar, alguns textos posteriores a algumas<br />

dessas primeiras formulações programáticas da linguística generativa que,<br />

reconhecendo-as, aludem à existência da variação e da heterogeneidade linguísticas<br />

socioculturalmente determinadas. Exemplificam esta situação passagens como, p. ex.,<br />

Chomsky (1981b: 126), onde se reconhece a existência de um "(...) real world of<br />

heterogeneous speech communities".<br />

Todavia, esta aceitação de alguns dos argumentos que alicerçam solidamente os<br />

fundamentos das visões alternativas à visão homogeneizadora é sempre relativizada por<br />

meio de uma ressalva que consiste em remeter a existência da heterogeneidade e da<br />

variação para a esfera exclusiva e autónoma do uso linguístico e em afirmar que tais<br />

características não são patentes a nível do conhecimento da língua propriamente<br />

56 Grande parte das propostas que defendem o carácter heterogéneo do conhecimento da língua e das<br />

comunidades linguísticas reais, o interesse intrínseco da variação linguística associada a essa<br />

heterogeneidade e a importância das respectivas causas e contextos surge, conforme vimos em 1.4, como<br />

uma clara reacção às teses generativistas, de acordo com o explicitamente admitido por, entre outros,<br />

Hymes (1971:3 e ss.; 1974:12 e ss.), Gumperz (1981:39), Wardhaugh (1992:2-3), Coupland e Jaworski<br />

(1997:5 e ss.), Milroy e Milroy (1997:47-48) e Romaine (2000:23-24). Este mesmo carácter "reactivo"<br />

das propostas que valorizam a heterogeneidade, a variação e os contextos é explicitado e reconhecido por<br />

autores provenientes do campo da linguística com relação com a produção generativista nesta disciplina,<br />

como, p. ex., Hinskens, Van Hout e Wetzels (1997:2), autores a cujo pensamento nos referiremos<br />

frequentemente no seguimento deste texto. Atestam-no as seguintes palavras, extraídas de um texto sobre<br />

a importância da variação no estudo linguístico e, concomitantemente, dos dados empíricos que<br />

demonstram tal variação: "The question of the relative importance of empirical data for constructing<br />

theories is an old one, and, surely, part of the proliferation of linguistic disciplines originated as a<br />

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