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DA INFLUENCIA DO CONHECIMENTO ORTOGRÁFICO SOBRE O ...

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última perspectiva os estudos reunidos por Hinskens, Van Hout e Wetzels (eds., 1997) a<br />

que passaremos a referir-nos de seguida.<br />

Uma das principais ideias que são defendidas por tais estudos é a de que a<br />

aceitação da existência de fenómenos importantes como a heterogeneidade e a variação<br />

linguísticas não representa a aceitação de uma completa irregularidade ou aleatoriedade<br />

do objecto a estudar. Esta proposta, explorada, p. ex., por Guy (1997), encontra<br />

fundamento na recuperação que este autor faz de um conceito da sociolinguística<br />

atribuído a Weinreich, Labov e Herzog (1968) - a "heterogeneidade regular" ("orderly<br />

heterogeneity"), que estipula que "(...) sociolinguistic variation, although<br />

noncategorical, is certainly not statistically random, but rather shows strong quantitative<br />

regularities" (Guy, 1997:128) - e origina uma classificação dos dados linguísticos<br />

variáveis em categorias definidas e compartimentadas (cf. Lloret (1997:201), que, em<br />

termos semelhantes aos de Guy (1997), defende a ideia de que a heterogeneidade<br />

patente nos dados linguísticos está sujeita a padrões de regularidade e sistematicidade<br />

que devem ser obrigatoriamente estudados pela linguística).<br />

A importância a conceder à observação desses mesmos dados no âmbito da<br />

construção das teorias linguísticas surge, assim, como outro dos tópicos principais<br />

explorados pelos adeptos da perspectiva aqui tratada. Neste sentido, criticando a posição<br />

generativista menos flexível que desvaloriza em demasia o estudo dos dados<br />

linguísticos - e que, p. ex., admite a possibilidade de, no estudo de problemas de índole<br />

teórica, a interpretação dos dados ser frequentemente "forçada" por forma a adequar-se<br />

aos objectivos e às hipóteses formuladas a priori 60 -, Lloret (1997:181, 192) sublinha<br />

um ponto de vista divergente, defendendo que o estudo dos dados e da variação e<br />

Segundo Lloret (1997:181, 182 e ss.), este "enviesamento prévio" dos dados a ter em consideração no<br />

estudo linguístico pode ser encontrado em grande parte da investigação generativista. Vejam-se também,<br />

a este mesmo propósito, as observações de McEnery e Wilson (1996:1, 5) acerca da construção de<br />

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