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3.1.4. Grupos Sociais Vulneráveis - pucrs

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Introdução<br />

O projeto de extensão é pioneiro, por tratar de ramo do Direito Internacional<br />

Público negligenciado pelos currículos das Instituições de Ensino Superior brasileiras.<br />

O Direito Internacional Humanitário é o “Direito dos Conflitos Armados”, ou, na<br />

sua formulação clássica, é também conhecido como o direito na “guerra” (jus in bellum) 1 .<br />

Como o Brasil não é um país que protagoniza conflitos armados internacionais nem<br />

situações claramente definidas como conflitos armados não-internacionais nos quais o<br />

Direito Internacional Humanitário seja claramente aplicável, acredita-se, equivocadamente,<br />

que não há utilidade prática para o aprendizado da disciplina por parte da população civil<br />

em geral.<br />

No entanto, o estudo do Direito Internacional Humanitário dentro de academias<br />

civis e militares em nosso país se faz importante por ser processo indispensável para evitarse,<br />

ou em qualquer caso minimizar, a ocorrência de catástrofes humanitárias na<br />

eventualidade de um conflito armado. O dever de difundir o Direito Internacional<br />

Humanitário é inclusive uma obrigação internacional do Brasil, assumida em diversos<br />

instrumentos, como no artigo 83 do protocolo adicional às convenções de Genebra.<br />

Ademais, o estudo desse ramo jurídico também tem uma função humanizadora 2 do<br />

Direito como um todo. Por tratar de situações extremas, em que o Estado de Direito é<br />

apenas uma luz crepuscular, demonstra-se que, se até estas situações podem ser<br />

humanizadas, o Direito como um todo também o deve ser.<br />

Finalmente, o estudo do Direito Internacional Humanitário tem uma função de<br />

formar pessoas aptas a compreender a complexidade do mundo contemporâneo, ainda<br />

repleto de conflitos armados em diferentes continentes. Durante o semestre em que o curso<br />

foi ministrado, a Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, foi envolta em um<br />

conflito armado não internacional; Camboja e Tailândia, destinos turísticos que atraem<br />

muitos brasileiros, estiveram novamente envolvidos em um conflito fronteiriço; a<br />

primavera árabe mudou a geopolítica no Oriente Médio em uma dinâmica estonteante, que<br />

se no Egito e Tunísia não chegaram a constituir um conflito armado, no Bahrein, Iêmen e<br />

Síria o nível de violência beirou a definição de conflito armado. Nem precisamos<br />

mencionar que a Líbia foi palco de um conflito extremamente complexo, presente na mídia<br />

durante todo o semestre. No Afeganistão as tropas americanas começaram a se retirar,<br />

apesar de os ataques do Talibã continuarem intensos. No Paquistão, a controversa operação<br />

que matou Osama Bin Laden foi deflagrada; e, no Haiti, as Forças Armadas do Brasil<br />

continuavam coordenando a missão de paz da ONU. Todos estes e outros fatos marcantes<br />

dos últimos meses foram discutidos à luz do Direito Internacional Humanitário e<br />

disciplinas correlatas (jus ad bellum, Direito dos Refugiados, Direito Penal Internacional,<br />

Direito Internacional dos Direitos Humanos).<br />

O projeto envolveu a professora da FEAD Isabel Penido de Campos Machado, que,<br />

em parceria com Diego Valadares Vasconcelos Neto (agente governamental lotado na<br />

Diretoria de Promoção e Proteção de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de<br />

Desenvolvimento Social de Minas Gerais), propuseram um curso interativo para promoção<br />

de capacitação em Direito Internacional Humanitário. O curso contou com a participação<br />

de cinco alunos, oriundos de instituições diversas, que assinam como co-autores do<br />

projeto: Antônio Carlos Marcelino de Oliveira e Cláudia Paula Félix Gonçalves (alunos de<br />

1 Para uma análise mais detalhada, c.f.: DAL MASO JARDIM, Tarcisio, O Brasil e o Direito Internacional<br />

dos Conflitos Armados, Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2006.<br />

2 CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto. A Humanização do Direito Internacional. Belo Horizonte: Del<br />

Rey, 2006.

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