3.1.4. Grupos Sociais Vulneráveis - pucrs
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acesso à qualidade de vida, moradia adequada para morar, saneamento,<br />
saúde pública, escola, educação familiar; meio ambiente sustentável,<br />
canalização do córrego, pavimentação da rua, água encanada, luz<br />
elétrica, coleta de lixo, ensino superior, transporte escolar e público,<br />
lazer, segurança, trabalho digno e urbanização.<br />
Um dos grandes questionamentos sobre a ideia de<br />
dignidade é não poder ter acesso ao trabalho formal, e com uma<br />
remuneração suficiente para garantir-lhe as condições mínimas de suas<br />
subsistências e de sua família. No entendimento dos entrevistados,<br />
como já apontado nas análises da pesquisa, a dignidade passa pela<br />
ideia de trabalho, o que é coerente, uma vez que é o trabalho o meio<br />
pelo qual se realiza e se materializam as condições para uma vida mais<br />
digna. Porém, o trabalho em sua visão, de modo geral, não efetiva tais<br />
condições por não estar a seu alcance, e quando está, é, em certa<br />
medida, em condições precárias, sob todos os aspectos, inclusive por<br />
sua baixa remuneração. Muitas vezes o trabalho é visto como<br />
“sofrimento” por estar vinculado às suas condições de exercício.<br />
Em suas visões, os participantes entendem que para<br />
efetivar seus direitos precisam conhecê-los, e reconhecem o papel de<br />
intervenção do Escritório Modelo para sua efetivação. Salientam que é<br />
necessária a organização popular para lutar por esses direitos, e sabem<br />
da importância da união e mobilização dos moradores das<br />
Comunidades e uma melhor articulação com outros movimentos<br />
sociais por moradia. Em termos mais gerais a existência de clareza<br />
sobre seus problemas facilita a própria organização das Comunidades<br />
na mobilização e ações em defesa de seus próprios direitos.<br />
Outro aspecto a ser observado na pesquisa foi o fato de se<br />
perceberem marginalizados pela sociedade, muito em razão de suas<br />
condições de moradia e o que representa essa condição no imaginário<br />
social: ser “favelado” é quase o mesmo que ser visto como “bandido”.<br />
Nesse sentido, se veem também sendo oprimidos pela sociedade.