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3.1.4. Grupos Sociais Vulneráveis - pucrs

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interdisciplinaridade, aspecto fundamental para a compreensão das relações sociais e para a<br />

atuação em comunidades carentes e socialmente vulneráveis.<br />

O Programa Pólos de Cidadania funda-se em três pilares: cidadania, subjetividade e<br />

emancipação. A cidadania pode ser caracterizada pela democratização das relações,<br />

visando a sustentabilidade da diversidade étnica, religiosa, de gênero, socioeconômica ou<br />

de qualquer outro tipo. Já a subjetividade traduz a autocompreensão e a responsabilidade<br />

de um indivíduo, tornando-o capaz de demonstrar uma competência que permita a<br />

expressão de uma personalidade autônoma e crítica para sua inserção definitiva nos grupos<br />

de seu entorno social. Por fim, a emancipação pode ser compreendida como a capacidade<br />

permanente do sujeito de reavaliação das estruturas opressoras que o cerca, com propósito<br />

de promover uma mudança nas organizações sociais e fortalecer o associativismo em prol<br />

da ampliação das lutas democráticas.<br />

O programa se divide em projetos específicos, formulados a partir de “frentes de<br />

trabalho” que lidam com temas diversos. Um desses projetos, o Projeto de Mediação de<br />

Conflitos atua em dois aglomerados de favelas em Belo Horizonte: Aglomerado Serra e<br />

Santa Lúcia. A equipe de mediação se divide em duas frentes: uma voltada a atendimentos<br />

de demandas individuais e outra destinada a tratar de demandas coletivas, caracterizando a<br />

chamada mediação comunitária.<br />

No presente estudo, focar-se-á na aplicação da mediação num caso concreto, ligado<br />

à atuação da equipe de mediação comunitária do Aglomerado Santa Lúcia, com forte<br />

atuação na Vila São Bento, empoderando os moradores e auxiliando-os a buscarem<br />

melhores condições de vida. Através deste caso concreto, poderá se perceber como a<br />

mediação atua como forte instrumento de emancipação social, fortalecendo os laços<br />

comunitários, criando e restaurando redes de comunicação e cooperação entre os mais<br />

diversos setores sociais.<br />

Desde 2002, alguns movimentos, como o próprio Pólos, travam uma luta contra o<br />

despejo desorganizado e prejudicial às famílias que ali construíram suas vidas. Contudo,<br />

ainda que o risco de retirada iminente por vezes fosse afastado, permanecia a configuração<br />

irregular da habitação, perpetuando na Vila São Bento um cenário de constante<br />

instabilidade e incerteza.<br />

Com o advento do programa municipal Vila Viva, que tem como intuito a<br />

(re)urbanização das vilas e favelas, os despejos já esperados da Vila São Bento tornam-se<br />

mais iminentes, sendo necessária e observável uma maior mobilização dos moradores em<br />

defesa de seus direitos, dentre eles à moradia digna.

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