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III. MATA ATLÂNTICA
A história da mata atlântica confunde-se com a própria evolução histórica
da ocupação territorial brasileira. Considerada como um dos 258 hotspots de
biodiversidade existente no mundo, a idéia aceita na comunidade científica
é a de que se trata de um conjunto de formações vegetais arbóreas - como a
floresta ombrófila densa, a floresta ombrófila aberta, a floresta ombrófila
mista, a floresta estacional semidecidual, a floresta estacional decidual e os
manguezais - e não arbóreas, como a vegetação de duna e de campos de altitude9
. Mas é preciso voltar ao princípio dessa ocupação desordenada para
compreender melhor o impacto que ela gerou e ainda continua gerando
sobre a mata atlântica. Sabe-se que os portugueses, ao virem para o Brasil,
procuraram se fixar apenas no litoral, disso resultando o termo "população
caranguejo", encontrado pela primeira vez na obra História do Brasil, escrita
em 1627 pelo frei franciscano, Vicente Salvador.
Segundo os especialistas em gestão ambiental, a redução da mata atlântica
tem ligação direta desde o momento das primeiras ocupações litorâneas,
seguindo-se das expedições das Entradas e Bandeiras em seus diversos
ciclos, até a forte pressão antrópica ainda presente. De acordo com Joly
(2005),
A mata atlântica está tão fortemente vinculada com a história do Brasil, que
até o nome do país tem como origem uma espécie arbórea endêmica desta
formação, o pau-brasil (Caesalpinea echinata Lam. - Leguminosae/
Caesalpinoideae). A exploração do pau-brasil foi o primeiro de uma série de
ciclos econômicos - como o ciclo da cana-de-açúcar, o ciclo da mineração e
o ciclo do café - que, ao longo de 500 anos, reduziram os 1.300.000 km2 de
mata atlântica aos cerca de 100.000 km2 que restam hoje. Além de representarem
apenas 7% da área originalmente ocupada, os remanescentes de mata
atlântica encontram-se altamente fragmentados e sob uma forte pressão
antrópica, pois 120 milhões de brasileiros vivem na região10 .
Ora, a extensão original de sua vegetação cobria aproximadamente
15% do território nacional, equivalente a 1.300.0000 km2 , abrangendo
8. Os hotspots são considerados as regiões que apresentam elevada biodiversidade, grande número de espécies
exclusivas (endêmicas) e que já perderam mais de 70% de sua área original.
9. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2008.
10. Disponível em. . Acesso em: 12 ago. 2008.
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