Dia mundial da ciência pela paz e pelo ... - unesdoc - Unesco

Na sociedade atual, graças à nossa dificuldade de lidar com a alteridade,
assistimos a diversos conflitos étnico-religiosos ou nacionalistas que, ao invés
de unir os seres humanos ao redor de sua humanidade, separa-os. Não nos
reunimos para construir um mundo melhor (expressão tão batida que já se
tornou suspiro romântico) e ainda, não aceitando o outro, contribuímos
para a fragmentação da humanidade.
E O GATO?
A- Outros tópicos para uma ciência mais humana
A nova ciência deve se posicionar entre o utilitarismo e o ideal do conhecimento
desinteressado. O primeiro afirma que o valor de uma ciência
encontra-se na quantidade de aplicações práticas que permite, ou seja, é o
uso ou a utilidade imediata dos conhecimentos que prova a verdade de uma
teoria científica. O segundo afirma que uma teoria vale por trazer conhecimentos
novos sobre fatos desconhecidos, por ampliar o saber sobre a realidade,
e não por ser aplicável na prática. Embora as duas concepções sejam
verdadeiras, sozinhas elas são parciais.
Se uma teoria fosse elaborada apenas por suas finalidades práticas imediatas,
inúmeras pesquisas jamais teriam sido feitas. Também vale lembrar
que muitas vezes os conhecimentos teóricos estão mais avançados do que as
capacidades técnicas de uma época e que, geralmente, sua aplicação só é percebida,
muito tempo depois, como a aplicação da teoria eletromagnética de
Hertz na radiodifusão.
Todavia, se uma teoria não for capaz de suscitar aplicações (novos objetos
técnicos e tecnológicos, instrumentos, medicamentos etc.), de resolver problemas
importantes para os seres humanos, então seremos obrigados a dizer
que “a técnica e a tecnologia são cegas, incertas, arriscadas e perigosas”
(CHAUÍ, 2006, p. 234), além de ter perdido a sua destinação humana.
Também devemos nos esforçar para superar as crenças, ideologias e
mitologias que rodeiam a ciência, de modo a desmitificá-las. Dentre elas,
podemos citar:
a. o cientificismo, ou seja, “a crença infundada de que a ciência pode e
deve conhecer tudo; que, de fato, conhece tudo e é a explicação causal das
leis da realidade tal como esta é em si mesma” (CHAUÍ, 2006, p. 235). Não
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