Dia mundial da ciência pela paz e pelo ... - unesdoc - Unesco

A epistemologia vigente, através de sua generalidade (supostamente livre
de valores) e em busca da objetividade, limita o domínio da investigação
científica apenas aos aspectos passíveis de serem formalmente modelados, de
modo que “são as possibilidades da metodologia que definem o objeto a ser
estudado, e não o contrário, como seria de se esperar” (FERNANDEZ,
2008, p. 45). Tal método restritivo, que não se pauta pela especificidade do
objeto de estudo, causa um grande problema:
A total perda de interesse pela resolução teórica dos problemas (...) mais
cadentes que afligem a humanidade (como os efeitos perversos da globalização
e do livre trânsito de capitais, o desemprego, a pobreza, a fome, a inflação,
o virtual esgotamento dos recursos e (...) as questões de gênero)
(FERNANDEZ, 2008, p. 45).
Uma nova epistemologia, mais humana e mais humanista, seria fundamental
para começar a esboçar propostas de resolução para os problemas que
assolam nosso mundo.
B – Epistemologia monocromática e o espectro do arco-íris
O emergente movimento GLBTTT é herdeiro direto das lutas feministas
que, ao propugnarem a igualdade de direitos entre os sexos, buscam desconstruir
as desigualdades entre homens e mulheres supostamente baseadas
em diferenças físicas, isto é, biológicas.
Encarma-se, até hoje, as formas de sexualidade não baseadas na heterossexualidade
como anormais. Além do argumento religioso, que para os
mais rigorosos configura-se como senso comum, utiliza-se o argumento
científico do sexo com fins reprodutivos, que pode ser assim resumido: a.
existem fêmeas e existem machos; b. o órgão reprodutor da fêmea está
pronto para receber o do macho; c. ocorre a cópula; d. a reprodução da espécie
está garantida. Neste contexto, a homossexualidade é encarada como
aberração, pois não objetiva (e supostamente torna mais difícil) a reprodução
da espécie humana.
Quando chegamos ao século XIX, o homossexual começa a ser encarado
não mais como anomalia ou ser possuído por demônios, e sim como um
doente e, como doente, deve ser curado. Métodos diversos como torturas,
eletrochoques e condicionamentos começam a ser utilizados para curar os
“enfermos”.
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