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Dia mundial da ciência pela paz e pelo ... - unesdoc - Unesco

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A crítica feminista procura mostrar que os ideais de objetivi<strong>da</strong>de (item b),<br />

coerência e ordem (item f) e neutrali<strong>da</strong>de (item i), além <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong>de,<br />

abstração e análise quantitativa defendidos <strong>pela</strong> <strong>ciência</strong> moderna, foram, ao<br />

decorrer <strong>da</strong> história, relacionados à masculini<strong>da</strong>de.<br />

As abor<strong>da</strong>gens que propõem cooperação, análises qualitativas verbais,<br />

concretude e comprometimento explícito com valores têm sido associa<strong>da</strong>s à<br />

vagueza, à imprecisão teórica e à feminili<strong>da</strong>de. As ativi<strong>da</strong>des, valores e métodos<br />

relacionados ao gênero masculino seriam objetivos, portanto universalizáveis,<br />

enquanto os relacionados ao gênero feminino seriam subjetivos,<br />

devendo restringir-se ao âmbito particular e do específico. Como afirma<br />

Fernandez,<br />

assim, triunfa o rigor (hardness) <strong>da</strong> <strong>ciência</strong> masculina sobre a imprecisão e a<br />

vagueza (softness) <strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>gens, métodos e valores alternativos – “femininos”<br />

(FERNANDEZ, 2008, p. 42).<br />

Isso provoca o predomínio <strong>da</strong> cosmovisão científica masculina e a exclusão<br />

<strong>da</strong>s mulheres dos espaços científicos, já que, sendo emotivas por demasia,<br />

seriam inca<strong>paz</strong>es de operar o instrumental metodológico disponível e<br />

tratar os objetos de estudo com objetivi<strong>da</strong>de.<br />

A economia feminista, verbi gratia, apontará a incapaci<strong>da</strong>de do paradigma<br />

econômico vigente de captar tudo aquilo que não é quantificável.<br />

Afinal de contas, por que o trabalho <strong>da</strong> dona de casa não entra nos cálculos<br />

de trabalho e produção do país? Porque é impossível medir e quantificar sua<br />

ativi<strong>da</strong>de. Tal economia busca reivindicar para os indivíduos do sexo feminino<br />

as questões econômicas que os afligem. Também criticará os efeitos <strong>da</strong>s<br />

políticas neoliberais, que pregam uma economia autista (4), desliga<strong>da</strong> do<br />

mundo exterior e somente preocupa<strong>da</strong> com sua própria manutenção e princípios,<br />

resultando na redução dos benefícios sociais, no desemprego e no<br />

aumento do trabalho informal.<br />

A epistemologia que rege essa proposta econômica, de natureza feminista,<br />

teria um enfoque metodológico preocupado em responder a questões como:<br />

Que tipo de abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> <strong>ciência</strong> pode servir a esse objetivo (de expandir<br />

o exercício <strong>da</strong> ação [humana]?)” ou “que tipo de práticas científicas incorpora<br />

a preocupação <strong>da</strong> liberação <strong>da</strong>s mulheres e <strong>da</strong> igual<strong>da</strong>de social e<br />

política de to<strong>da</strong>s as pessoas? (LACEY, 1999, p. 2002, apud FERNAN-<br />

DEZ, 2008, p. 43).<br />

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