Dia mundial da ciência pela paz e pelo ... - unesdoc - Unesco

frente. Tais projetos seriam o ambientalismo, a antiglobalização, o feminismo
e os movimentos GLBTTT (1), a defesa da pluralidade étnica etc.
Existiria, portanto, uma necessidade de desconstruir o até então estabelecido.
Criticá-lo. Crítica vem de crisis, ou seja, colocar em suspensão, de
modo que já iniciamos o trabalho usando um expediente teorizado por René
Descartes, um dos iniciadores da ciência moderna: a dúvida metódica.
O ponto de partida é a busca de uma verdade primeira que não possa ser
posta em dúvida. Por isso, converte a dúvida em método. Começa duvidando
de tudo, das afirmações do senso comum, dos argumentos de
autoridade, do testemunho dos sentidos, das afirmações da consciência,
das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e de
seu próprio corpo (ARANHA; MARTINS, 1996, p. 104) (os grifos são meus).
Veremos mais a frente que as conseqüências do cogito cartesiano (2) no
pensamento ocidental são enormes e, em certo sentido, devastadoras. Todavia,
a dúvida metódica é um instrumento do qual não podemos abrir mão.
É muito importante lembrar que todo instrumental epistemológico que
possuímos para realizar tal crítica nos é fornecido pela própria ciência que
pretendemos criticar, ou seja, de início teríamos que usar o próprio objeto de
estudo como fundamento teórico para criticá-lo, o que soa como um
absurdo. Necessitaríamos de uma über-dúvida metódica. Igualmente despropositado
seria propor uma nova epistemologia nascida do nada, como
por geração espontânea.
Precisamos criar um método analítico que nasça dialeticamente no contato
com o objeto de estudo. Não é, como pode parecer, tarefa fácil.
O principal cuidado a se tomar é não analisar a ciência de modo que se
perpetuem as incongruências que sua ideologia apresenta.
Ao decorrer do trabalho, exporemos nossas críticas à ciência sobre os
seguintes projetos:
a) o feminismo e os movimentos GLBTTT, apoiados pelas já existentes
críticas epistemológicas feministas;
b) o ambientalismo, apoiados pelas considerações de filósofos da Escola
de Frankfurt;
c) a pluralidade étnica, apoiados, também, pelo material supracitado.
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