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Mary Del Priore - O Príncipe Maldito (pdf)(rev) - Capa

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tia.<br />

triunfo?”<br />

“Então, barão, constatou agora como a minha causa está encaminhada para o<br />

O almirante, que fora auxiliar do tio Gaston durante a Guerra do Paraguai,<br />

contra-argumentou. Pedia cautela. Os papéis só podiam comprometer o jovem<br />

numa conspiração. Eram perigosos. Havia — dizia o representante da Marinha —<br />

um grupo que queria envolvê-lo num complô. Gente diabólica. Iriam usá-lo e jogá-<br />

lo fora. Uma rematada loucura. Pedro Augusto não aderiu.<br />

“Loucura, por quê, Sr. barão? Porventura meus opositores ignoram que,<br />

elevando ao trono uma mulher, infalivelmente entregarão as rédeas do governo a<br />

um príncipe estrangeiro? A lei Sálica, embora não mencionada em nossa<br />

Constituição, influiu no ânimo do primeiro imperador para abdicar em favor de meu<br />

avô com 5 anos de idade, em vez de passar a Coroa à sua primogênita D. Maria da<br />

Glória. Só me bato pela justiça que homens esclarecidos apregoam como de meu<br />

pleno direito.”<br />

A referência à lei Sálica trouxe num lampejo à lembrança de Teffé certas<br />

palavras de um republicano: Quintino Bocayuva. Ele era o fio da meada. O<br />

chamado “príncipe do jornalismo” armava o bote para cima do príncipe imperial.<br />

Aquelas cartas, enviadas a D. Pedro Augusto, podiam até ser peças de retórica para<br />

envolvê-lo. Serviam — no entender do herói da Guerra do Paraguai — de biombo<br />

atrás do qual se movia um grupo de republicanos interessado em rachar o poder da<br />

monarquia. Com o objetivo alcançado, se aproveitariam da fraqueza das facções<br />

divididas para tomar o poder. Pois, o barão desvendava um outro aspecto da<br />

conspiração.<br />

Além dos fazendeiros escravistas, além da corte do palácio Leopoldina e dos<br />

interesses de alguns grandes comerciantes, além dos antipáticos à tia Isabel e seu<br />

marido, havia, ainda, os republicanos. Um ninho de cobras. Ele admoestou<br />

respeitosamente o rapaz. Lembrou-lhe que a tia [pg. 127] era a herdeira legal e que<br />

aqueles que se opusessem à sua coroação, em caso de morte ou incapacidade física<br />

do avô, seriam considerados <strong>rev</strong>oltosos. Incursos em severa penalidade. Assim<br />

como ele, “Alteza”, passaria por usurpador. As cartas, as centenas de cartas eram<br />

um corpo de delito. Implorou ao príncipe que as queimasse.

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