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Mary Del Priore - O Príncipe Maldito (pdf)(rev) - Capa

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imperador de volta. E de volta vivo. No Arsenal da Marinha formavam as tropas.<br />

Isabel, Gaston e os filhos, acompanhados de todo o ministério, representações do<br />

Senado, da Câmara e da municipalidade, esperavam preocupados. A filha até<br />

solicitara uma cadeira de rodas para o desembarque do pai. Não foi necessária. Um<br />

alívio! Deodoro da Fonseca parecia feliz em <strong>rev</strong>er seu amigo. Fora do Arsenal, a<br />

multidão era compacta. Ao primeiro sinal da família, explodiram em aplausos e<br />

vivas.<br />

Em todo o percurso que levava ao palácio de São Cristóvão, as ruas estavam<br />

apinhadas e o povo aclamava os recém-chegados. Das janelas cheias de gente, em<br />

sua maior parte mulheres, pendiam colchas de todos os tamanhos e cores. Milhares<br />

de lenços brancos se agitavam, votando paz e felicidade ao monarca restabelecido.<br />

Havia quem enxugasse as lágrimas nas costas da mão. Os bonds mal continham a<br />

lotação, pois os passageiros iam agarrados em cachos, nas colunas. Por milagre, os<br />

tetos não afundavam com o peso dos que queriam ver a família imperial de qualquer<br />

maneira. Ao entrar na rua do Ouvidor, uns mais entusiasmados quiseram desatrelar<br />

os animais que puxavam a carruagem, levando o imperador nos braços. O velho<br />

homem se opôs. O movimento na cidade era indescritível, assinalavam os jornais.<br />

Por toda parte se via o mais sincero contentamento. Foi, talvez, a maior recepção<br />

que jamais tivera, “maior ainda”, esc<strong>rev</strong>ia o conde d’Eu ao pai, “do que nas<br />

chegadas anteriores”.<br />

A farmácia dos senhores Granado, conhecido estabelecimento da rua Primeiro<br />

de Março, número 12, encomendou ao artista Frederico Antônio Steckel uma<br />

decoração especial. A pintura a óleo, reprodução de uma fotografia tirada depois do<br />

restabelecimento de D. Pedro, exibia em tamanho natural os avós e o neto: “o<br />

favorito”. No alto da grossa moldura, as armas imperiais. Em seda carmesim,<br />

tremulavam sobre o quadro os dizeres em [pg. 146] letras douradas: Feliz Regresso de<br />

Suas Majestades Imperiais. A novidade era a iluminação a gás que fazia brilhar as<br />

estrelas do Cruzeiro e as colunas do quadro. Embasbacados, os passantes se<br />

amontoavam na vitrine.<br />

No dia da chegada, houve missa mandada rezar pelos empregados da Quinta<br />

imperial. Suas Majestades e o neto numa capela, e na outra, Isabel, o marido e os<br />

filhos. A noite, uma surpresa: o parque de São Cristóvão, p<strong>rev</strong>iamente preparado,

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