Mary Del Priore - O Príncipe Maldito (pdf)(rev) - Capa
Mary Del Priore - O Príncipe Maldito (pdf)(rev) - Capa
Mary Del Priore - O Príncipe Maldito (pdf)(rev) - Capa
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
sobre outra publicação: “Interrompendo a série alfabética de espécies minerais, deu-<br />
nos agora [...] uma excelente monografia do Quartz considerado simplesmente<br />
como indivíduo da grande família mineralógica do Brasil.” Os elogios não tinham<br />
fim: “sem exageração uma das cousas melhores que temos lido em matéria científica<br />
no Brasil”.<br />
Estratagema de Estrela? Não se sabe, mas a verdade é que, ao mesmo tempo<br />
em que se projetava como pesquisador, o príncipe já se encontrava [pg. 174] sob<br />
cuidados quando tinha “acessos”. Na imprensa, contudo, a figura do cientista — o<br />
médico — se sobrepunha à do doente — o monstro! Não se publicaram mais<br />
ataques contra ele. Tudo parecia lhe dar uma chance na corrida que disputava com a<br />
tia. Nesta mesma época, Isabel, aliás, queixava-se em cartas, ao marido e ao pai, do<br />
comportamento do sobrinho. Ela sabia que ele não poupava esforços para substituí-<br />
la.<br />
Naquele mesmo mês de junho, Ouro Preto assumia a responsabilidade da<br />
presidência do Conselho de Ministros. Sua agenda correspondia à necessidade de<br />
reformas radicais. Do jeito que estava, o regime não se agüentaria. Ao jovem<br />
político cabia dar oxigênio para o império doente. O desafio era imenso. E como<br />
começar? Diziam alguns que o melhor seria controlar a indisciplina do Exército.<br />
Outros, que era preciso, dentro do liberalismo moderno, reerguer os alicerces do<br />
regime.<br />
Dentre os vários convites que fez para preencher ministérios, um foi para<br />
Franklin Dória, o barão de Loreto, grande amigo da princesa Isabel. Ponto da<br />
oposição ao príncipe! Nas pastas militares, convidou gente das Forças Armadas.<br />
Más línguas disseram que esta tinha sido uma sugestão do conde d’Eu. Alguns liam<br />
nestas decisões um discreto alinhamento com os legitimistas. Ouro Preto, por seu<br />
lado, queria, apenas, que seus atos não fossem mal interpretados pelo grupo que<br />
cercava Deodoro. Aceitaram os cargos Maracaju e Ladário. Em plena força da<br />
juventude, Ouro Preto achava que podia correr todos os riscos e que a vitória seria<br />
certa.<br />
Foi esta certeza que o levou aos jornais para contestar os propalados<br />
malefícios ocasionados pela Abolição. Apesar de o presidente dos ministros dizer<br />
que não tinha relações com Gaston e Isabel, a defesa do assunto tinha a ver com