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1356 - Bernard Cornwell

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— Terei?<br />

— É melhor! Ou então ele irá considerar que você é a grande<br />

busca aventuresca da vida dele e irá persegui-lo até os confins da terra.<br />

— Ele me perseguiu até aqui — disse Thomas, pesaroso.<br />

— Mas o que, afinal, você está fazendo em Montpellier?<br />

— Queria consultar um erudito.<br />

— Aqui existem muitos — disse ela sem dar importância. — E são<br />

um bando bastante diversificado. Passam o tempo debatendo uns com os<br />

outros por causa das coisas mais idiotas, mas talvez seja isso que os<br />

eruditos façam mesmo. Posso perguntar por que você quer consultar um?<br />

— Estou procurando um santo.<br />

— Isso está muito em falta! Que tipo de santo?<br />

— Foi uma pintura que eu vi — disse Thomas, e descreveu o<br />

monge ajoelhado na grama rodeada por neve densa. — Há uma história por<br />

trás disso, mas ninguém parece saber, e ninguém consegue me dizer quem<br />

ele é.<br />

— Um santo congelado, pelo visto, mas por que você precisa<br />

saber?<br />

Thomas hesitou.<br />

— Meu senhor — disse finalmente — me encarregou de encontrar<br />

uma relíquia, e acho que esse santo tem alguma coisa a ver com ela.<br />

— Você é tão mau quanto Roland! Está numa busca aventuresca!<br />

— Ela deu um risinho. — Há um livro em algum lugar naquela mesa, meu<br />

caro. Pegue-o para mim.<br />

Antes que Thomas pudesse encontrar o livro soaram vozes de<br />

mulheres do lado de fora, perto, depois houve uma batida tímida à porta.<br />

— O que vocês querem?<br />

— A senhora está sozinha?<br />

— Tenho um homem aqui — gritou a condessa. — Um rapaz muito<br />

viril. Você estava certa, irmã Véronique, Deus realmente atende às nossas<br />

preces.<br />

A porta foi empurrada, mas a condessa a havia trancado.<br />

— Senhora? — gritou de novo a irmã Véronique.<br />

— Não seja boba, irmã — disse a condessa. — Estou falando alto,<br />

só isso.<br />

— Muito bem, senhora.<br />

— Traga-me o livro — disse a condessa, baixando ligeiramente a<br />

voz. Era um volume pequeno, não maior do que a mão de Thomas. A<br />

condessa desamarrou o laço e abriu a capa de couro macio. — Pertenceu à<br />

minha sogra — disse —, e ela era uma mulher querida! Só Deus sabe como<br />

ela deu à luz um monstro como Henri. Acho que as estrelas estavam malalinhadas<br />

quando ela o concebeu, ou então Saturno estava ascendente.<br />

Nenhuma criança concebida quando Saturno está em ascensão dá em coisa<br />

boa. Os homens jamais se importam com detalhes assim, mas deveriam. É<br />

bem bonito, não é? — Ela passou o livro a Thomas.<br />

Era um saltério. O pai de Thomas tivera um, mas não tão

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