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Comissão Especial sobre a pesquisa das Células-Tronco

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medula transplantada não se identifique e aí rejeita: O que estou fazendo<br />

aqui, sou a medula do João, colocaram-me na Maria, ela é diferente de mim,<br />

vou matar as células dela. E aí infiltra o fígado, a pele, o cérebro e mata o<br />

paciente.<br />

Outro teste que fazemos, que é muito elegante, é o pega. Pegou ou não<br />

pegou o transplante, seja de cordão umbilical, de medula óssea. Isso porque,<br />

durante um tempo, os hematologistas que fizeram o transplante não sabem<br />

se pegou ou não, porque aquele organismo tem poucos leucócitos, poucas<br />

células no sangue, que foi quase todo destruído – só se colocou um pouco do<br />

doador.<br />

Então usamos, do teste do DNA – que não são do HIVA – para analisar o<br />

receptor e o doador. Vejam bem, o par doador-receptor é geneticamente<br />

idêntico no sistema HLA. Como não são gêmeos idênticos, são diferentes em<br />

outros sistemas genéticos. Não é uma obrigação ser igual em tudo.<br />

Se eu contasse isto para meu pai, Homero Jobim, que era médico e que<br />

foi reitor da universidade, ele não iria acreditar. Ele era imunologista.<br />

Existem testes – não os tenho aqui para mostrar aos senhores – em que<br />

um receptor do sexo masculino recebeu a medula de uma doadora. Ele<br />

passa a ter, no sangue, o perfil de mulher, mas continua a ser homem.<br />

Então, altera o sexo só no sangue, porque a medula mudou; o resto, se<br />

analisarmos um fio de cabelo dele, é homem.<br />

Há um caso mais raro – ainda bem – e mais perigoso. Este primeiro<br />

indivíduo recebeu a medula deste outro. Só que, depois de 15 dias, o<br />

paciente ficou com quatro tipos de células, os dois dele e mais os dois do<br />

doador. A esse fenômeno chamamos de quimera. Ficou uma quimera<br />

imunológica, tendo no sangue células dele e do doador. Só que entre as<br />

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