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Comissão Especial sobre a pesquisa das Células-Tronco

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Atentem para uma frase que é fundamental: os pássaros cantam num<br />

período de luz – período fotóptico –, e, quando eles cantam, nesse período,<br />

existem novas células nervosas, novos neurônios. É interessante que a cada<br />

período esses neurônios se renovam; e podemos fazer o canário fêmea cantar<br />

se tratarmos com hormônios.<br />

Qual a importância disso? Esse autor demonstrou, então, que as<br />

células do cérebro de um animal, no caso o canário, eram capazes de, ao<br />

morrer, se constituírem a cada período de canto. Era como se dissesse:<br />

Santiago Ramón y Cajal, você errou pelo menos nos canários, porque eles<br />

fazem neurônios novos.<br />

Depois se mostrou que praticamente todos os mamíferos fazem<br />

neurônios novos. Faltava a última barreira: provar que isso acontecia no<br />

cérebro humano.<br />

Senhores, não pensem que este é um assunto muito antigo. Embora em<br />

1913 tenha sido feita aquela afirmativa, o dogma de Santiago Ramón y Cajal<br />

só caiu em 1998. E caiu em 1998 graças a duas circunstâncias – e é<br />

fundamental que se aprenda, que a nossa população entenda isto: a<br />

determinação de um homem chamado Peter Ericson de acreditar nisto e<br />

porque alguns pacientes se doaram. Esse é o termo. Eram pacientes que<br />

tinham câncer em fase terminal, sabiam que iam morrer, tinham<br />

consciência disso e consentiram em ser injetados com uma substância<br />

radioativa, para estadear o câncer deles. E, se eles morressem, eles doariam<br />

o cérebro ao <strong>pesquisa</strong>dor.<br />

Essa substância radioativa, senhores, é um marcador de células novas,<br />

de células que se multiplicam, de neurônios novos. Os pacientes que<br />

morreram foram à autópsia, e, em 1998, então, cai o dogma de Santiago<br />

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