resumo palavras-chave abstract key words - GVpesquisa

EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 14/89
Outro ponto a ser destacado é que, como já ressaltado anteriormente, a inovação em
serviços é caracterizada pela utilização de tecnologia desenvolvida em outros
setores de atividade. Nesse sentido, a inovação possui um cunho muito mais de
transferência, absorção e adaptação de nova tecnologia do que de invenção de novos
produtos e processos. Como decorrência, tem-se que a inovação em serviços está
intimamente relacionada com a adoção de tecnologia de informação. Tal fato foi
amplamente constatado no trabalho de campo, pois os softwares e seus aplicativos
não foram criados especificamente para a atividade de varejo de material de
construção, mas sim transferidos de outros setores de atividade.
A implementação de uma inovação conta com uma série de barreiras e aspectos
externos facilitadores e estimuladores de mudanças. Em termos de barreiras,
MOHREN e ROSA (1999) verificaram que tanto empresas de porte pequeno quanto
grande apresentam praticamente o mesmo nível de preocupação em relação ao risco
de viabilização e sucesso do projeto de inovação, aos altos custos e aos obstáculos
internos. Outros aspectos como dificuldades de acesso a financiamento e falta de
equipamento adequado foram percebidos, também, como obstáculo à inovação,
principalmente em empresas de pequeno porte.
Enquanto facilitadores e estimuladores, HOLBROOK e HUGHES (1999)
identificam novas exigências e comportamento de clientes, aparecimento de novos
competidores e o risco-retorno associado aos projetos. Se a competição é um
facilitador do processo de inovação tecnológica, conseqüentemente a abertura dos
mercados também exerce um papel importante, como pode ser verificado na
realidade brasileira no início dos anos 90 e que vai repercutir no setor de varejo de
material de construção com a chegada de players internacionais no fim da década de
90.
Um exemplo típico é o setor de telefonia. Tanto no Brasil quanto em outros países,
as empresas telefônicas podiam se dar ao luxo de não inovar, pois não estavam
submetidas aos riscos de outros segmentos, permanecendo em regime de quase
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 2/2002