DIÃRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...
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2162 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, quarta-feira, 25 de maio de 2005<br />
trezentos anos mais dez, em novembro. Por isso<br />
já estamos ocupan<strong>do</strong> os espaços, não é<br />
professor?<br />
Professor, em vários setores defendemos<br />
que a diversidade é uma riqueza para o Brasil e<br />
para a universidade. Estamos participan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
planejamento estratégico da UFES, colocamos<br />
bastante essas questões, também colocamos a<br />
dificuldade que encontramos de colocar a<br />
questão ética-racial. Então, temos um trabalho<br />
muito grande no Brasil para colocar essa questão<br />
ética racial, que vai até o ético cultural. Daí para<br />
frente..., o professor Carlos Vinícius Costa de<br />
Men<strong>do</strong>nça participa comigo, sabe muito a<br />
respeito da dificuldade que tive lá, até com ele<br />
mesmo, debaten<strong>do</strong> bem esta questão. Estamos<br />
avançan<strong>do</strong> na discussão das ações afirmativas,<br />
da cota. Estamos in<strong>do</strong>, o movimento está<br />
crescen<strong>do</strong>, já estamos ganhan<strong>do</strong> um outro setor<br />
da sociedade, o que é muito importante. Mas,<br />
acho que precisamos resgatar o kilombo, juntos,<br />
porque sinto uma resistência ruralista eliteconserva<strong>do</strong>ra<br />
que realmente tenta, de toda forma,<br />
impedir que esses nossos afrodescendentes de<br />
interior tenham cidadania dentro dessas<br />
cidadezinhas de interior. Essa elite racista,<br />
violenta, tenta impedir porque acha que o negro<br />
vai começar ter estato no interior.<br />
Precisamos ver, juridicamente, como<br />
entrar nas ações... Temos que resolver logo essa<br />
questão <strong>do</strong>s kilombos, juntos, porque essa nossa<br />
de cotas é irreversível. Mas, precisamos resolver<br />
logo a questão <strong>do</strong>s kilombos. Até que há anos,<br />
quan<strong>do</strong> os companheiros <strong>do</strong> movimento falavam,<br />
não dava muito peso à questão <strong>do</strong> kilombo, mas<br />
passei a entender, como muitos brancos estão<br />
enten<strong>do</strong>, a necessidade de que ele tem de ações<br />
afirmativas de cotas para negro, também aprendi<br />
dentro <strong>do</strong> movimento. Resolver a questão <strong>do</strong><br />
kilombo é fundamental para nós militantes de<br />
entidade <strong>do</strong> movimento negro.<br />
Gostaria que o Sr. Hedio Silva se<br />
pronunciasse a esse respeito.<br />
O SR. AMILCAR DE FREITAS - Sou<br />
estudante da Universidade Federal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Espírito Santo, membro da Comissão Pró-Cotas<br />
da UFES.<br />
O Sr. Luiz Carlos de Oliveira se<br />
manifestou sobre kilombos. Falarei sobre um<br />
tema um pouco diverso, mas que também está<br />
relaciona<strong>do</strong> à questão racial.<br />
Fiquei feliz em saber que o professor<br />
estará à frente da Secretaria de Justiça, em São<br />
Paulo. Talvez poderá dar uma luz,<br />
principalmente na questão das Febems, em São<br />
Paulo.<br />
Gostaria de questionar sobre a relação,<br />
se houver, entre o racismo e os índices altos de<br />
criminalidade. No Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo<br />
temos sofri<strong>do</strong> bastante. Saiu, recentemente uma<br />
pesquisa <strong>do</strong> IPEA, colocan<strong>do</strong> as quatro maiores<br />
cidades da Região Metropolitana de Vitória entre<br />
as dezesseis cidades <strong>do</strong> Brasil com maior índice<br />
de mortalidade por homicídio. Se o senhor<br />
puder, gostaria que fizesse uma relação entre o<br />
racismo e a criminalidade, e como um processo<br />
de ação afirmativa poderia, se é que poderia,<br />
reverter essa situação?<br />
O SR. OLAVO FAVORITO ALVES –<br />
Sou estudante da rede pública, membro da<br />
Universidade Para To<strong>do</strong>s, projeto Pré-vestibular<br />
da UFES.<br />
Gostaria de saber se um aluno branco<br />
que foi reprova<strong>do</strong> no vestibular <strong>do</strong> ITA, <strong>do</strong> IME,<br />
um centro de excelência, fosse inseri<strong>do</strong> nessas<br />
universidades, isso levaria a baixar o nível da<br />
universidade?<br />
A SRA. ARIENE CELESTINO<br />
MEIRE – Não tenho pergunta, só vim<br />
representar as crianças negras que foram<br />
mencionadas pelos professores Joaquim Beato e<br />
Hedio Silva.<br />
Trabalho com crianças negras e brancas,<br />
mas principalmente com crianças negras, na<br />
Secretaria Municipal de Educação de Vitória.<br />
Essas crianças negras terão muito orgulho de ver<br />
essas pessoas que estão nos representan<strong>do</strong> aqui<br />
hoje, a família Car<strong>do</strong>so, o Padre Dário Ferreira<br />
da Silva, referências que não tive. Fui chamada<br />
de “macaca”, tinha muita vergonha de mim. As<br />
crianças negras de hoje têm em vocês e em nós<br />
que estamos aqui, referência.<br />
Digo de novo uma coisa que já falei<br />
neste microfone. Queremos enegrecer este<br />
espaço e vamos conseguir, com mulheres negras<br />
também.<br />
A SRA. NELMA MONTEIRO – Sou<br />
professora, <strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> da segunda turma de<br />
Doutora<strong>do</strong> da UFES, estudan<strong>do</strong> a questão racial.<br />
Nos meus estu<strong>do</strong>s sobre a questão racial<br />
percebo, e gostaria que você também abordasse