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DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...

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2166 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, quarta-feira, 25 de maio de 2005<br />

em sala de aula e inclusive quantos aprova<strong>do</strong>s no<br />

vestibular. Uma decisão tomada, então, foi a de<br />

incluir a cor, critério que corresponderia ao<br />

IBGE, no vestibular de 2005, para termos um<br />

parâmetro de discussão na Universidade.<br />

O que encontramos neste vestibular<br />

2005 foram muitas informações. Temos to<strong>do</strong> o<br />

processo em mãos, mas tentamos resumir com<br />

algumas tabelas muito rápidas. Vamos ao<br />

resulta<strong>do</strong>: <strong>do</strong>ze mil setecentos e noventa e seis<br />

brancos inscritos, aproximadamente 50%. Eles<br />

crescem para uma aprovação de 54%. De par<strong>do</strong>s<br />

tivemos uma inscrição de 36,2%, que decrescem<br />

na aprovação para 35,4%. De pretos – eles se<br />

autodeclararam assim - 8,4% inscritos, que<br />

decresce para 5,9%. Esses seriam os primeiros<br />

da<strong>do</strong>s, a primeira aproximação, que é bastante<br />

grosseira, de aprova<strong>do</strong>s na Universidade.<br />

Passemos ao da<strong>do</strong> seguinte. O Vest-<br />

Medicina é extremamente esclarece<strong>do</strong>r, e é isso<br />

que a população quer conhecer. No vestibular de<br />

2005, 60% de brancos inscritos, na aprovação<br />

71% se autodeclararam brancos. Par<strong>do</strong>s tivemos<br />

32% de inscritos que caem para 28% aprova<strong>do</strong>s.<br />

Pretos tivemos 4,4% de inscritos e apenas um<br />

aprova<strong>do</strong>, que resulta em 1,3%.<br />

Vamos para a tabela seguinte, inscrição<br />

& sucesso, que é a porcentagem da porcentagem.<br />

Temos mais ou menos o seguinte: entre 60% <strong>do</strong>s<br />

inscritos e 71% <strong>do</strong>s aprova<strong>do</strong>s, entre os brancos<br />

a diferença é de 11%. Ou seja, cresce 11%. Isso<br />

significa um crescimento de 18% entre a<br />

inscrição e a aprovação. Com par<strong>do</strong>s e pretos<br />

temos um decréscimo para par<strong>do</strong>s da ordem de<br />

13% e de pretos da ordem de 75%. São números<br />

muito graves. Fizemos uma aproximação<br />

bastante limitada, mas que demonstra<br />

exatamente o insucesso no vestibular, tal como<br />

está formula<strong>do</strong>, dessa categoria de pessoas que<br />

se autodeclaram pardas e pretas. (Palmas)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CÉSAR<br />

COLNAGO) – O Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza está<br />

lembran<strong>do</strong> que indígena é muito pouco.<br />

Conce<strong>do</strong> a palavra ao Sr. Marcos<br />

Vinicius Costa de Men<strong>do</strong>nça.<br />

O SR. MARCOS VINICIUS COSTA<br />

DE MENDONÇA – Estou nesta Casa na<br />

qualidade de Ouvi<strong>do</strong>r-Geral da UFES,<br />

representan<strong>do</strong> o Magnífico Reitor, professor<br />

Rubens Sérgio Rasseli.<br />

Adianto para os senhores que<br />

obviamente a UFES não discutirá nem vai<br />

problematizar a temática das cotas sem levar em<br />

consideração a experiência <strong>do</strong>s movimentos<br />

sociais. Esse é o entendimento <strong>do</strong>s órgãos<br />

superiores, <strong>do</strong>s centros, <strong>do</strong>s corpos <strong>do</strong>cente e<br />

discente e <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res da Universidade<br />

Federal <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

A Universidade tem cinqüenta anos, está<br />

inscrita em uma região que tem suas<br />

especificidades; a Universidade sugere visões de<br />

mun<strong>do</strong> diferenciadas; a Universidade tem claro,<br />

enquanto pública, que tem um comprometimento<br />

com os que sofrem na própria pele a<br />

insuportabilidade <strong>do</strong> sistema, e nesse senti<strong>do</strong> a<br />

etnia negra é um ator privilegia<strong>do</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong> a universidade com<br />

certeza tem que discutir, como o professor<br />

sugeriu, e respeitar também as outras leituras <strong>do</strong><br />

real. Para muita gente na universidade federal,<br />

nas universidades públicas, o Brasil é um país<br />

mestiço, o racismo evidentemente existe, está<br />

claro, está coloca<strong>do</strong>, mas não podemos perder de<br />

vista que o Brasil tem uma dimensão da<br />

mestiçagem.<br />

Gilberto Freire inclusive está sen<strong>do</strong><br />

reli<strong>do</strong>, e muito bem reli<strong>do</strong>, nas universidades<br />

públicas, por setores significativos. Há<br />

segmentos significativos das universidades<br />

públicas que não querem ideologizar nem<br />

politizar excessivamente o debate.<br />

Estou dizen<strong>do</strong> que a universidade está<br />

preocupada com essa temática, acha-a relevante,<br />

e na qualidade de presidente da Comissão<br />

Própria de Avaliação da UFES em função da<br />

reforma universitária, acredito que essa temática<br />

é essencial. E não nos furtaremos a discutir com<br />

todas as tendências que estejam presentes no<br />

interior da comunidade universitária e na<br />

sociedade capixaba. (Palmas)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CÉSAR<br />

COLNAGO) – Conce<strong>do</strong> a palavra ao Secretário<br />

Hédio Silva, para fechar o debate. Há uma<br />

dezena de perguntas e questionamentos, muito<br />

ricos por sinal.<br />

O SR. HÉDIO SILVA – O que a<br />

universidade ganha, vou traçar uma paralelo com<br />

uma pesquisa feita há alguns anos nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s. Um economista perguntou o que as<br />

empresas norte-americanas ganhavam com as<br />

políticas de ação afirmativa pró-negros, pró-

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