DIÃRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...
DIÃRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...
DIÃRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2164 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, quarta-feira, 25 de maio de 2005<br />
Gostaria que o senhor falasse mais sobre<br />
a questão da mulher, das dificuldades que<br />
encontramos principalmente na questão da<br />
educação. Já foram feitas várias colocações. A<br />
professora Nelma Monteiro fez sua colocação, e<br />
gostaria que quan<strong>do</strong> o senhor fizer as suas<br />
colocações se aprofundasse mais na questão da<br />
mulher negra, principalmente na questão que o<br />
senhor colocou <strong>do</strong> Movimento Negro, das<br />
questões das cotas e outras.<br />
O SR. MARCOS VINÍCIUS DE<br />
MELO CRISTO – Sou aluno <strong>do</strong> curso de<br />
História da UFES. Achei bem interessante toda a<br />
exposição colocada aqui pelo professor Hédio<br />
Silva.<br />
Não tenho participação em nenhum<br />
grupo específico, mas sempre achei interessante<br />
essa questão, desde a primeira vez que tomei<br />
conhecimento dela nas aulas de redação para o<br />
vestibular.<br />
Quanto à questão de existirem outras<br />
cotas aprovadas, validadas pela sociedade ...<br />
Inclusive, quan<strong>do</strong> surgiu a questão <strong>do</strong> debate das<br />
cotas para negros e para pessoas de escola<br />
pública, a defesa de cotas para escola pública foi<br />
defendida porque estaria dentro de um princípio<br />
legal e fundamental, que seria da igualdade,<br />
enquanto que não teríamos na cota racial uma<br />
questão de igualdade, porque raça não chega a<br />
ser distinção esclarecida em nossa Constituição e<br />
nem é preferi<strong>do</strong> que haja uma discriminação por<br />
raça. Você qualifica as pessoas ven<strong>do</strong> que a<br />
maioria <strong>do</strong> potencial fica fora dessa esfera, quer<br />
dizer, de que raça você pertence. Seu potencial<br />
depende muito mais de características<br />
individuais.<br />
Basea<strong>do</strong> no raciocínio que tenho feito,<br />
pergunto se o nosso palestrante vê como meta<br />
das cotas, como objetivo que ela é capaz de<br />
realizar, se é mais a superação <strong>do</strong> problema que<br />
tem, essa impressão que quan<strong>do</strong> entramos na<br />
universidade, de ver lugares diferentes para<br />
brancos e negros, ou seja, lugar de branco é<br />
aprenden<strong>do</strong> com um conhecimento eleva<strong>do</strong> e de<br />
negro servin<strong>do</strong> de alguma forma ali dentro, ou se<br />
através desse aumento da participação de<br />
pessoas de etnia negra dentro da universidade<br />
tem-se uma maneira de criar maiores expoentes,<br />
pessoas que possam se destacar mais e<br />
comprovar, eliminar, de uma vez por todas, a<br />
idéia, o senso comum de que o negro tem<br />
capacidade inferior.<br />
O SR. ANTÔNIO VITOR BARBOSA<br />
DE ALMEIDA – Antes de mais nada enfatizo a<br />
importância <strong>do</strong> debate que estamos ten<strong>do</strong>. Nós<br />
que usufruímos muito da cultura negra, temos<br />
nossa base cultural negra. Como diria a poetisa<br />
brasileira Adriana Calcanhoto, “a música <strong>do</strong>s<br />
brancos é negra”. O samba, o rock, o blues,<br />
todas de descendência da batucada <strong>do</strong>s negros.<br />
Na verdade gostaria de esclarecer uma<br />
dúvida. O Professor Joaquim Beato disse, e<br />
to<strong>do</strong>s sabemos, que infelizmente a maioria <strong>do</strong>s<br />
estudantes de escola pública são negros. Se<br />
a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> somente o critério socio-econômico e<br />
de escola pública já não estaríamos atenden<strong>do</strong> ao<br />
anseio da inclusão <strong>do</strong> negro na sociedade? Se faz<br />
também necessário a <strong>do</strong> negro, a <strong>do</strong> índio e das<br />
demais etnias e raças.<br />
O SR. RUY MARCOS GONÇALVES<br />
– O Espírito Santo vive hoje um momento muito<br />
rico, a partir <strong>do</strong> momento em que realizamos<br />
uma série de conferências municipais e regionais<br />
para discutir a questão da igualdade racial,<br />
culminan<strong>do</strong> com a conferência estadual.<br />
Como o senhor analisa a grande<br />
dificuldade, às vezes até um temor extremo, <strong>do</strong>s<br />
agentes políticos brasileiros se comprometerem<br />
publicamente com a questão <strong>do</strong> negro, da<br />
igualdade e, até mesmo, com a aceitação da<br />
existência <strong>do</strong> racismo em nosso país?<br />
A SRA. ELIANE DE FÁTIMA<br />
INÁCIO – Estou na direção <strong>do</strong> Sindicato <strong>do</strong>s<br />
Servi<strong>do</strong>res Públicos Municipais de Colatina e na<br />
Coordenação <strong>do</strong> Coletivo Contra o Racismo da<br />
CUT, Espírito Santo.<br />
Para nós é uma satisfação muito grande<br />
estar neste momento aqui com tantas questões<br />
que poderão ser esclarecidas.<br />
Com que olhos o palestrante ou alguém<br />
que possa nos responder, vêem a questão <strong>do</strong> Pró-<br />
UNI. Se têm falhas, onde estão?<br />
Como coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Ceert, o Sr. Hedio<br />
Silva acompanhou grandes casos de <strong>do</strong>enças<br />
voltadas com grande incidência na população<br />
negra. Como se desenvolveram esses casos, em<br />
que parâmetros se encontram hoje esses casos<br />
que o senhor tem acompanha<strong>do</strong>?