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O Papel da Informação Geográfica na Sociedade - Instituto ...

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Destaque<br />

22<br />

folks who are routinely suspicious of written text equate<br />

maps with fact …”<br />

Mark Monmonier, in. “Drawing the Line”.<br />

“An “accurate map” is part of the popular mythology of<br />

cartography, but the profession spends little time on this<br />

problem.”<br />

Nicholas Chrisman, in. “The Role of Quality Information in the Long-term<br />

Functioning of a GIS”.<br />

A ideia de cartografia como algo de rigoroso é quase<br />

compulsiva e pouco reflecti<strong>da</strong>. Para começar, o termo rigor<br />

poderia ser substituído com vantagem por quali<strong>da</strong>de,<br />

correspondente segundo a norma ISO 9000 ao “conjunto<br />

de características que um produto deve comportar para satisfazer<br />

requisitos explícitos ou implícitos”, esta é assumi<strong>da</strong><br />

como quali<strong>da</strong>de para um objectivo, e não como quali<strong>da</strong>de<br />

absoluta, e é defini<strong>da</strong> em função de requisitos. Este último<br />

aspecto não é habitualmente considerado, ou seja, aos <strong>da</strong>dos<br />

geográficos só pode ser associa<strong>da</strong> uma boa quali<strong>da</strong>de<br />

se estes satisfizerem requisitos funcio<strong>na</strong>is, independentemente<br />

de virem carregados de “marcos com relógios de sol”.<br />

A componente <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de informação geográfica é<br />

abor<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong>s normas ISO 19113 e 19114, numa perspectiva<br />

de princípios de enquadramento que são bastante simples<br />

e de fácil adopção. Tendo participado directamente <strong>na</strong><br />

elaboração destas normas, e posteriormente <strong>na</strong> norma ISO<br />

19131 de especificação de Produto de Dados Geográficos<br />

que delas faz uso, pude aperceber-me <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de<br />

conceitos tradicio<strong>na</strong>lmente aceites que teriam de ser revistos<br />

para que as normas fossem aplica<strong>da</strong>s.<br />

consistência, exactidão temática, exactidão temporal e completude,<br />

desculpem-me esta publici<strong>da</strong>de) e de sub-elementos,<br />

além <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de definição de medi<strong>da</strong>s várias<br />

para ca<strong>da</strong> um deles. Exemplificando, não se deve referir a<br />

exactidão posicio<strong>na</strong>l absoluta de <strong>da</strong>dos geográficos mas,<br />

mais correctamente, a exactidão posicio<strong>na</strong>l absoluta estima<strong>da</strong><br />

com recurso a uma determi<strong>na</strong><strong>da</strong> medi<strong>da</strong> e a uma<br />

determi<strong>na</strong><strong>da</strong> estratégia de amostragem.<br />

As discussões em torno <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de para a elaboração<br />

<strong>da</strong>s normas foram também muito pe<strong>da</strong>gógicas, rapi<strong>da</strong>mente<br />

me apercebi de que é necessário experimentar para ter<br />

uma opinião fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>: experimentar a produção de<br />

informação geográfica, experimentar a medição <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

e experimentar a utilização. O confronto de diferentes<br />

experiências de uso <strong>da</strong> informação geográfica, <strong>da</strong> cartografia<br />

náutica e aeronáutica à dos sistemas de <strong>na</strong>vegação para<br />

automóveis e a de apoio aos censos, contribui para elimi<strong>na</strong>r<br />

os preconceitos e encontrar a base teórica aplicável à<br />

generali<strong>da</strong>de dos casos. A discussão para alcançar consenso<br />

pode ser lenta, mas permite ganhar tempo <strong>na</strong> fase de<br />

implementação <strong>da</strong>s decisões e seria um bom exemplo a<br />

seguir a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Actualmente a prática <strong>da</strong> análise de quali<strong>da</strong>de dos <strong>da</strong>dos geográficos<br />

está bastante mais generaliza<strong>da</strong> mas, infelizmente,<br />

continua a ser realiza<strong>da</strong> sem ter um enquadramento teórico<br />

e normativo adequado. Note-se que a normalização <strong>da</strong> ISO<br />

é tendencialmente conservadora, aplicável e produzi<strong>da</strong> com<br />

base em consensos, a geo-comuni<strong>da</strong>de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l poderia<br />

portanto adoptar as normas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is sem o receio de<br />

estar a correr riscos.<br />

As dificul<strong>da</strong>des começam <strong>na</strong> especificação: só poderia haver<br />

medi<strong>da</strong> de quali<strong>da</strong>de por comparação com uma especificação,<br />

mas a generali<strong>da</strong>de dos processos existentes assumem,<br />

de algum modo, a existência <strong>da</strong> tal reali<strong>da</strong>de única<br />

e concreta contra a qual to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s comparativas<br />

podem ser feitas. Percebia-se ain<strong>da</strong> que não existia uma<br />

boa sistematização dos elementos de quali<strong>da</strong>de a medir,<br />

o famoso rigor afi<strong>na</strong>l era um conceito vago. Efectivamente,<br />

mesmo a sistematização actualmente preconiza<strong>da</strong> pela<br />

norma ISO 19113 assume que alguns dos elementos de<br />

quali<strong>da</strong>de são interdependentes mas oferece um conjunto<br />

utilizável de elementos de quali<strong>da</strong>de (exactidão posicio<strong>na</strong>l,<br />

Terceiro mito: O mito <strong>da</strong> cartografia de base e <strong>da</strong> cartografia<br />

temática<br />

“In the Treaty of Riga of August 11, 1920, between Latvia<br />

and the Soviet Union, the boun<strong>da</strong>ry was defined as extending<br />

“as far as the letter “V” of the word “Kailov” and “to<br />

the curve of the river Lja, 2 versts to the North of the word<br />

“Stari<strong>na</strong>””. The map used was not identified in the text.”<br />

Stephen Jones, in. “Boun<strong>da</strong>ry-Making”.<br />

Uma boa parte dos mal-entendidos actualmente existentes<br />

relativamente à cartografia prendem-se com a incompreensão<br />

do seu âmbito de funcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de. A carta topográfica

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