O Papel da Informação Geográfica na Sociedade - Instituto ...

Artigo
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Filipe Folque, dias após a
assinatura do Convénio,
remete ao Ministério da
Guerra, para serem reenviadas
para o Arquivo
Militar, a maior parte do
espólio permutado. Actualmente,
esse espólio entregue
à entidade militar,
está a cargo do importante
arquivo cartográfico militar
denominado de DSE
(Direcção dos Serviços
de Engenharia, Exército
Português) e mais concretamente
do seu Gabinete de Estudos Arqueológicos e de
Engenharia Militar (GEAEM), em Lisboa.
No então Instituto Geographico, ficaram “somente” os mapas
topográficos (ditos “civis”) e alguma iconografia variada,
servindo de embrião ao valioso núcleo central da actual
Cartoteca do Instituto Geográfico Português. Estamos
a falar em cerca de 250 cartas devidamente referenciadas
(que juntamos relação em anexo e que simultaneamente
com esta Comunicação terão oportunidade de ver algumas
reproduções digitais). Mesmo assim, acreditamos, subscreprincipal
do mesmo, omitindo as respectivas listas anexas,
da autoria de Brito Limpo. “Nós abaixo assignados, Duarte
da Ponte Ribeiro, Conselheiro, e Enviado Extarordinario e
Ministro Plenipotenciario de Sua Magestade o Imperador
do Brazil, e Filippe Folque, do Conselho de Sua Magestade
Fidelissima, eneral de Brigada Graduado, e Director-Geral
dos Trabalhos Geographicos, Estatisticos, e de Pezos e
Medidas, comissionados pelos respectivos Governos para
effectuar o Convenio em que ambos concordaram, de
trocar Mappas e Planos Topographicos concernentes ao
territorio de Portugal que estavam no Archivo Militar do Rio de
Janeiro por outros de igual classe relativos ao territorio do
Brazil existentes nos archivos de Lisboa; depois de examinados
e conferirmos os encontrados nos referidos Archivos
que se acham hoje reunidos neste Instituto Geographico,
realisamos nesta data a reciproca permutação, recebendo
eu comissionado do Governo Imperial os constantes da
seguinte Relação por nós assignada em duplicado”.
Assinado o Convénio, houve que processar todo aquele
enorme património cartográfico e iconográfico. Quanto ao
material que regressou ao Brasil com o Barão de Ponte
Ribeiro, e como já se referiu, foi engrossar, mais tarde, o
cada vez maior e valioso espólio cartográfico da mapoteca
do Arquivo Histórico do Palácio do Itamaraty. Quanto à
situação das cartas que vieram do Brasil para Portugal
(57 lotes - cerca de 1200 espécimes cartográficos) importa
agora saber o que lhe aconteceu e de que forma estão na
génese da Cartoteca do actual IGP. Ainda antes da assinatura
do Convénio, o reconhecido estadista (engenheiro
militar e geógrafo, por sinal) Fontes Pereira de Mello, Ministro
das Obras Públicas e interinamente Ministro da Guerra,
tinha deliberado que, visto o Arquivo Militar ter cedido cerca
de 100 cartas para serem enviadas para o Brasil e que muitas
das cartas que iam ser devolvidas a Portugal eram de
exclusivo cariz militar, deveriam as mesmas ser entregues
ao mesmo Arquivo Militar.
Seguia-se uma relação com
o título “Cartas e plantas
que vão para o Brazil” (26
folhas escritas só de um
lado e que descreviam os
lotes de 1 a 135) e no
final: “Lisboa, no Instituto
Geographico, aos quatorze
dias do mez de Janeiro
do anno de mil oitecentos
e sessenta e sete”, onde
constavam as assinaturas
de Duarte da Ponte Ribeiro
e de Filippe Folque.
Da mesma forma, existia um outro texto semelhante, mas
onde se trocou a ordem de aparecimento dos nomes dos
signatários e que terminava: “...que se acham hoje reunidos
neste Instituto Geographico, realisamos nesta data a reciproca
permutação, recebendo eu comissionado do Governo de
Sua Magestade Fidelssima as constantes da seguinte Relação
por nós assignada em duplicado”. A relação anexa tinha
o título “Cartas e plantas vindas do Brazil” (27 folhas escritas
só de um lado e que descreviam os 78 lotes com que as
cartas haviam sido agrupadas) e na qual constava o mesmo
local e data, além das assinaturas dos dois signatários.