O Papel da Informação Geográfica na Sociedade - Instituto ...

Artigo
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As coordenadas do centro de projecção juntamente com os
ângulos omega, phi e kappa constituem os parâmetros de
orientação externa de cada fotografia. Os sistemas inerciais
de navegação atingiram um grau de precisão tal que permitem
a utilização directa dos seus dados para produção
de ortofotos e modelos digitais de superfície. A obtenção
dos parâmetros de orientação externa directamente a partir
do voo permite dispensar o processo de aerotriangulação,
tornando o processo de produção dos ortofotos significativamente
mais rápido. Houve, no entanto, alguns casos em
que estes parâmetros não garantiam a precisão requerida,
tendo sido necessário realizar a aerotriangulação para obter
novos parâmetros.
A ortorrectificação foi realizada utilizando um modelo digital
do terreno com um espaçamento de 5 metros. Este modelo
foi gerado a partir da informação altimétrica vectorial da
Série Ortofotocartográfica à escala 1: 10 000, do IGP e da
Série Cartográfica Nacional à escala 1: 10 000, também do
IGP. Em algumas zonas houve, no entanto, necessidade de
recolher informação altimétrica de raiz. Foram obtidos, de
forma automática, modelos digitais de superfície e posteriormente
editados para produzir os modelos do terreno.
Os processos de ortorrectificação e mosaico foram realizados
usando o software ImageStation Base Rectifier e ImageStation
OrthoPro, Intergraph. Os ortofotomapas finais,
abrangendo cada ficheiro uma área de 4 km x 5 km, possuem
uma nomenclatura baseada nas séries cartográficas à
escala 1:10 000 do IGP e na escala 1: 25 000 do Instituto
Geográfico do Exército (IGeoE) (Fig. 9).
Controlo de Qualidade
O controlo de qualidade dos ortofotomapas foi realizado de
forma sistemática, ou seja, todos os ficheiros foram analisados
em pormenor. A verificação incidiu sobre seguintes
aspectos: controlo posicional da informação e qualidade
radiométrica e geométrica das imagens.
004241A 004241B 004242A 004242B
004243A 004243B 004244A 004244B
Fig.9. Seccionamento dos Ortofotomapas, baseado
no seccionamento das Séries Cartográficas à escala
1:10 000 e 1:25 000.
Um aspecto que atesta a qualidade destas imagens consiste
no facto de muitos marcos geodésicos serem claramente
visíveis, o que até agora, normalmente, não acontecia em
ortofotos com igual resolução no terreno. Esta circunstância
permitiu que a informação geodésica fosse também usada
para a avaliação da qualidade posicional dos ortofotomapas.
Encontra-se planeada a realização de um controlo posicional
rigoroso, com a coordenação de pontos de controlo
no campo.
Um dos procedimentos do controlo de qualidade incidiu
sobre a uniformidade radiométrica no interior de cada ortofotomapa.
Como cada ortofoto resulta do mosaico de várias
fotografias, é necessário que as características radiométricas
das fotografias, envolvidas no mosaico, sejam muito semelhantes,
por forma a não gerar zonas de descontinuidade de
cor na imagem final.
O controlo geométrico foi realizado com o objectivo de
detectar deformações nas imagens causadas pelo modelo
digital do terreno. A desactualização da informação altimétrica
provoca, por vezes, uma deficiente ortorrectificação das
fotografias. A correcção/actualização do modelo do relevo
permite corrigir este tipo de erros, habitualmente presentes
em vias de comunicação e obras de arte.
O controlo posicional da ortorectificação foi realizado estabelecendo
o confronto dos ortofotomapas com informação
georreferenciada. Para este fim utilizou-se a informação
vectorial da Série Cartográfica Nacional à escala 1: 10 000
do IGP e os ortofotomapas da Série Ortofotocartográfica à
escala 1:10 000, também do IGP.