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duendes são aceitos por toda parte, vemos duendes; numa era de<br />

espiritualismo, encontramos espíritos; e quando os antigos mitos se<br />

enfraquecem e começamos a pensar que os seres extraterrestres são<br />

plausíveis, é para eles que tendem as nossas imagens hipnagógicas.<br />

Trechos de canções ou de línguas estrangeiras, imagens,<br />

acontecimentos que presenciamos, histórias que ouvimos por acaso na<br />

infância podem ser recordados com acuidade décadas mais tarde, sem<br />

nenhuma lembrança consciente de como entraram em nossas cabeças. “[N]as<br />

febres violentas, homens, de todos ignorantes, falaram em línguas antigas”,<br />

diz Herman Melville em Moby Dick; “e [...] quando o mistério é sondado,<br />

sempre se descobre que, em suas infâncias totalmente esquecidas, essas<br />

línguas antigas tinham sido realmente faladas ao seu redor”. Em nossa vida<br />

diária, incorporamos sem esforço e inconscientemente normas culturais que<br />

transformamos em coisas nossas.<br />

Uma absorção semelhante de temas está presente nas “alucinações<br />

de comandos” esquizofrênicas. Nesse caso, as pessoas sentem que uma figura<br />

mítica ou imponente lhes ordena o que fazer. Recebem ordens para assassinar<br />

um líder político ou um herói popular, para derrotar os invasores britânicos<br />

ou para causar danos a si mesmas, porque é o desejo de Deus, de Jesus, do<br />

Diabo, dos demônios, dos anjos ou – recentemente – dos alienígenas. O<br />

esquizofrênico fica paralisado pelo comando claro e poderoso de uma voz<br />

que ninguém mais consegue escutar, e que o sujeito deve identificar de<br />

alguma forma. Quem daria uma ordem dessas Quem falaria dentro de nossas<br />

cabeças A cultura em que fomos criados oferece uma resposta.<br />

Pensem na força das imagens repetitivas na propaganda,<br />

especialmente para os espectadores e leitores sugestionáveis. Elas podem nos<br />

induzir a acreditar em quase tudo – até na idéia de que fumar cigarros é<br />

agradável. Em nossa época, os supostos alienígenas são o tema de inúmeras<br />

histórias, romances, dramas de TV e filmes de ficção científica. Os UFOs são<br />

uma presença regular nos tablóides semanais empenhados em falsificação e<br />

mistificação. Segundo a revista Set (apud Variety), ET é o filme de maior<br />

bilheteria na história do cinema. O filme de maior bilheteria de todos os<br />

tempos versa sobre alienígenas muito semelhantes aos descritos pelas vítimas<br />

de seqüestro. As histórias de rapto por alienígenas eram relativamente raras<br />

até 1975, quando uma crédula dramatização televisiva do caso Hill foi ao ar;<br />

outro salto para a notoriedade pública ocorreu depois de 1987, quando o<br />

pretenso relato em primeira mão de Streiber, com uma ilustração obcecante<br />

de um “alienígena” de olhos grandes na capa, se tornou best-seller. Em<br />

oposição, ultimamente ouvimos muito pouco a respeito de íncubos, gnomos e<br />

duendes. O que lhes aconteceu<br />

Longe de serem globais, as histórias de rapto por alienígenas são

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