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Tentem imaginar como seriam os campos elétricos e magnéticos neste<br />

momento, no espaço desta sala de conferências. Em primeiro lugar, há um<br />

campo magnético constante; ele provém das correntes no interior da Terra<br />

– isto é, o campo magnético constante da Terra. Depois, há alguns campos<br />

elétricos irregulares, quase estáticos, produzidos talvez pelas cargas<br />

elétricas geradas pela fricção, quando várias pessoas se movem nas suas<br />

cadeiras e esfregam nos braços delas as mangas dos casacos. Depois, há<br />

outros campos magnéticos produzidos pela corrente alternada na fiação<br />

elétrica – campos que variam numa freqüência de sessenta ciclos por<br />

segundo, em sincronismo com o gerador em Boulder Dam. Porém, mais<br />

interessantes são os campos elétricos e magnéticos que variam em<br />

freqüências muito mais altas. Por exemplo, como a luz viaja da janela para<br />

o chão e de parede a parede, há pequenas oscilações dos campos<br />

magnéticos e elétricos que se movem ao longo dessa trajetória a 297 600<br />

quilômetros por segundo. Depois há também as ondas infravermelhas que<br />

se deslocam das testas quentes para o quadro-negro frio. E esquecemos a<br />

luz ultravioleta, os raios X e as ondas de rádio que se movem pela sala.<br />

Voando pela sala estão as ondas eletromagnéticas que transportam a<br />

música de uma banda de jazz. Há ondas moduladas por uma série de<br />

impulsos que representam imagens de fatos que estão se passando em<br />

outras partes do mundo, ou de aspirinas imaginárias dissolvendo-se em<br />

estômagos imaginários. Para demonstrar a realidade dessas ondas, basta<br />

ligar o equipamento eletrônico que converte essas ondas em imagens e<br />

sons.<br />

Se entrarmos em maiores detalhes para analisar até as oscilações mais<br />

ínfimas, há minúsculas ondas eletromagnéticas que penetram na sala<br />

vindas de enormes distâncias. Há agora pequenas oscilações do campo<br />

elétrico, cujas cristas estão separadas por 30,48 centímetros, que vieram de<br />

milhões de quilômetros de distância, transmitidas para a Terra pela<br />

espaçonave Mariner [2], que acabou de passar por Vênus. Os seus sinais<br />

transportam resumos de informações obtidas das ondas eletromagnéticas<br />

que viajaram do planeta até a espaçonave.<br />

Há oscilações muito pequenas dos campos magnéticos e elétricos que são<br />

ondas que se originaram a bilhões de anos-luz – vindas de galáxias nos<br />

cantos mais remotos do Universo. Que isso é verdade, descobriu-se<br />

“enchendo a sala de fios” – construindo antenas do tamanho desta sala.<br />

Essas ondas de rádio foram detectadas a partir de lugares no espaço além<br />

do alcance dos maiores telescópios ópticos. Mesmo eles, os telescópios<br />

ópticos, são simplesmente coletores de ondas eletromagnéticas. O que<br />

chamamos de estrelas são apenas inferências, inferências tiradas da única<br />

realidade física que temos delas até agora – a partir de um estudo<br />

cuidadoso das ondulações interminavelmente complexas dos campos<br />

elétricos e magnéticos que nos atingem na Terra.<br />

Há, é claro, muito mais: os campos produzidos por relâmpagos a

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