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NASA de simular o acidente para poder estudar A Face<br />

pormenorizadamente sem ter de mostrar as imagens ao público. (Se assim é,<br />

a charada é muito elaborada: todos os especialistas em geomorfologia<br />

marciana nada sabem a respeito, e alguns de nós temos trabalhado muito<br />

para projetar novas missões a Marte que sejam menos vulneráveis à pane que<br />

destruiu a Mars Observer.) Houve até um punhado de piquetes fora dos<br />

portões do Laboratório de Propulsão a Jato, protestando contra esse suposto<br />

abuso de poder.<br />

O tablóide Weekly World News de 14 de setembro de 1993 dedicou<br />

sua primeira página à manchete: “Nova foto da NASA prova que seres<br />

humanos viveram em Marte!”. Um rosto falso, numa foto supostamente<br />

tirada pela Mars Observer em órbita ao redor de Marte (na verdade, a nave<br />

espacial parece ter deixado de funcionar antes de conseguir entrar em órbita),<br />

provaria, segundo um “importante cientista espacial” inexistente, que os<br />

marcianos colonizaram a Terra há 200 mil anos. A informação está sendo<br />

ocultada, ele é obrigado a admitir, para evitar o “pânico mundial”.<br />

Vamos pôr de lado a improbabilidade de que tal revelação<br />

provocasse realmente o “pânico mundial”. Quem presenciou uma descoberta<br />

científica prodigiosa em formação – vem à mente o impacto do cometa<br />

Shoemaker-Levy sobre Júpiter em julho de 1994 – sabe que os cientistas<br />

tendem a ser exaltados e incontidos. Têm uma compulsão incontrolável de<br />

divulgar os novos dados. Só por um acordo prévio, e não ex post facto, é que<br />

conseguem guardar segredo militar. Rejeito a noção de que a ciência seja<br />

sigilosa por natureza. Sua cultura e atos são, e por razões muito boas,<br />

coletivos, cooperativos e comunicativos.<br />

Se nos restringimos ao que é realmente conhecido, e ignoramos a<br />

indústria dos tablóides que fabrica descobertas memoráveis a partir do nada,<br />

em que ponto ficamos Quando sabemos apenas um pouco sobre A Face,<br />

sentimos arrepios. Quando sabemos um pouco mais, o mistério deixa<br />

rapidamente de ser profundo.<br />

A superfície de Marte tem quase 150 milhões de quilômetros<br />

quadrados de área, aproximadamente a mesma dos continentes da Terra. A<br />

área coberta pela “esfinge” marciana tem cerca de um quilômetro quadrado.<br />

Será tão espantoso que um trecho (comparativamente) do tamanho de um<br />

selo em 150 milhões de quilômetros quadrados pareça artificial –<br />

especialmente dada a nossa tendência, desde a primeira infância, de procurar<br />

rostos Quando examinamos a confusão circundante de morros baixos, mesas<br />

e outras formas complexas da superfície, reconhecemos que a sua<br />

configuração tem afinidades muito diferentes de um rosto humano. Por que<br />

essa semelhança Os antigos engenheiros marcianos teriam reelaborado<br />

apenas essa mesa (bem, talvez algumas outras) e deixado todas as demais

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