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examinadas – se é que se pode dar a isso o nome de exame.<br />

17. Ainda que ela negue essas acusações e responda satisfatoriamente a<br />

todas, não se lhe dá nenhuma atenção e suas respostas nem são<br />

registradas; todos os indiciamentos retêm a sua força e validade, por mais<br />

perfeitas que sejam suas respostas. Ela é mandada de volta à prisão, para<br />

considerar mais cuidadosamente se vai persistir em sua obstinação – pois,<br />

como já negou a sua culpa, ela é obstinada.<br />

18. No dia seguinte, ela comparece de novo perante o tribunal e ouve uma<br />

ordem de tortura – como se ela nunca tivesse refutado as acusações.<br />

19. Antes da tortura, porém, ela é revistada para verificar se não tem<br />

amuletos: todo o seu corpo é raspado, e mesmo as partes privadas que<br />

indicam o sexo feminino são lascivamente examinadas.<br />

20. O que há de tão chocante nisso Os padres são tratados da mesma<br />

maneira.<br />

21. Quando a mulher foi raspada e revistada, ela é torturada para que<br />

confesse a verdade – isto é, para declarar o que eles querem ouvir, pois<br />

naturalmente nada mais pode ser verdade.<br />

22. Eles começam com o primeiro grau, isto é, a tortura menos severa.<br />

Embora excessivamente severa, ela é leve em comparação com as torturas<br />

posteriores. Portanto, se ela confessa, eles dizem que a mulher confessou<br />

sem tortura!<br />

23. Ora, que príncipe pode duvidar da culpa da mulher, quando lhe<br />

informam que ela confessou voluntariamente, sem tortura<br />

24. Assim, ela é condenada à morte sem escrúpulos. Mas teria sido<br />

executada mesmo que não tivesse confessado; pois, iniciada a tortura, os<br />

dados estão lançados; ela não pode escapar, tem forçosamente de morrer.<br />

25. O resultado é o mesmo, quer ela confesse, quer não. Se confessa, a sua<br />

culpa é clara: ela é executada. Qualquer retratação é em vão. Se ela não<br />

confessa, a tortura é repetida – duas, três, quatro vezes. Em crimes<br />

excepcionais, a tortura é ilimitada em duração, severidade ou freqüência.<br />

26. Se, durante a tortura, a velha contorce as feições de dor, dizem que ela<br />

está rindo; se desmaia, é que está dormindo ou enfeitiçou a si própria,<br />

tornando-se taciturna. E, se é taciturna, merece ser queimada viva, como<br />

ultimamente tem sido feito com algumas que, embora torturadas várias<br />

vezes, não se dispuseram a dizer o que os investigadores queriam ouvir.<br />

27. E até os confessores e os padres concordam que ela morreu obstinada e<br />

impenitente; que ela não quis se converter, nem abandonar o seu íncubo,

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