30.01.2015 Views

2Cuymbdov

2Cuymbdov

2Cuymbdov

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

que são potencialmente ferramentas poderosas para que sejam reeleitos.<br />

Portanto, os presidentes de qualquer partido político podem ficar tentados a<br />

arrumar disputas, enquanto desfraldam a bandeira e dão outro nome às<br />

guerras – “ações policiais”, “incursões armadas”, “ataques de reação<br />

protetores”, “pacificação”, “salvaguarda dos interesses norte-americanos” e<br />

uma enorme variedade de “operações”, como a “Operação da Causa Justa”.<br />

Os eufemismos para a guerra são um dos itens de uma ampla categoria de<br />

reinvenções da linguagem para fins políticos. Talleyrand disse: “Uma arte<br />

importante dos políticos é encontrar novos nomes para instituições que com<br />

seus nomes antigos se tornaram odiosas para o público”).<br />

Conhecer a existência dessas falácias lógicas e retóricas completa o<br />

nosso conjunto de ferramentas. Como todos os instrumentos, o kit de<br />

detecção de mentiras pode ser mal empregado, aplicado fora do contexto, ou<br />

até usado como uma alternativa mecânica para o pensamento. Mas, aplicado<br />

judiciosamente, pode fazer toda a diferença do mundo – ao menos para<br />

avaliar os nossos próprios argumentos antes de os apresentarmos aos outros.<br />

A indústria do tabaco norte-americana fatura cerca de 50 bilhões de<br />

dólares por ano. Há uma correlação estatística entre o fumo e o câncer,<br />

admite a indústria do fumo, mas não existe, dizem, uma relação causal. Uma<br />

falácia lógica está sendo cometida, é o que afirmam. O que significa tudo<br />

isso Talvez as pessoas com predisposições hereditárias para contrair o<br />

câncer tenham predisposições hereditárias para drogas que viciam – assim,<br />

poderia haver uma correlação entre o câncer e o fumo, mas aquele não seria<br />

causado por este. Podem-se inventar conexões deste tipo, cada vez mais<br />

forçadas. Essa é exatamente uma das razões por que a ciência insiste em fazer<br />

experimentos de controle.<br />

Vamos supor que se pintassem as costas de um grande número de<br />

camundongos com alcatrão de cigarro, e que também se observasse a saúde<br />

de um número quase idêntico de camundongos que não foram pintados. Se<br />

os primeiros contraem câncer e os segundos não, pode-se ter bastante certeza<br />

de que a correlação é causal. Trague a fumaça de tabaco, e a chance de<br />

contrair câncer aumenta; não trague, e a taxa permanece no nível básico. O<br />

mesmo vale para o enfisema, a bronquite e as doenças cardiovasculares.<br />

Quando, em 1953, se publicou a primeira obra na literatura científica<br />

mostrando que as substâncias presentes na fumaça do cigarro, quando<br />

espargidas nas costas de roedores, produzem tumores malignos, a reação das<br />

seis maiores companhias de tabaco foi começar uma campanha de relações<br />

públicas para impugnar a pesquisa, patrocinada pela Fundação Sloan<br />

Kettering. Uma reação semelhante à da Du Pont Corporation, quando em

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!