30.01.2015 Views

2Cuymbdov

2Cuymbdov

2Cuymbdov

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

E=mc 2 , e muito mais. A relatividade e as experiências que precederam a<br />

formação da teoria mostraram conclusivamente que não há nenhum éter<br />

sustentando a propagação das ondas eletromagnéticas, como Einstein escreve<br />

no trecho que reproduzi no capítulo 2. A onda viaja por si mesma. O campo<br />

elétrico variável gera um campo magnético; o campo magnético variável gera<br />

um campo elétrico. Eles se sustentam um ao outro – por seus próprios<br />

esforços.<br />

Muitos físicos ficaram profundamente perturbados com a morte do<br />

éter “luminífero”. Eles tinham sentido necessidade de um modelo mecânico<br />

para que toda a noção de propagação da luz no vácuo se tornasse razoável,<br />

plausível, compreensível. Mas isso é uma muleta, um sintoma de nossas<br />

dificuldades em reconhecer domínios em que o senso comum já não basta. O<br />

físico Richard Feynman descreveu a questão da seguinte maneira:<br />

Hoje compreendemos melhor que o que importa são as próprias equações,<br />

e não o modelo usado para formulá-las. Só podemos questionar se as<br />

equações são verdadeiras ou falsas. Obtemos a resposta fazendo<br />

experiências, e inúmeros experimentos têm confirmado as equações de<br />

Maxwell. Se retiramos o andaime que ele usou para construí-lo,<br />

descobrimos que o belo edifício de Maxwell se sustenta por si próprio.<br />

Mas o que são esses campos magnéticos e elétricos variando no<br />

tempo que permeiam todo o espaço O que Ε • e Β • significam Nós nos<br />

sentimos muito mais confortáveis com a idéia de coisas que se tocam e<br />

sacodem, empurram e puxam, do que com uns “campos” que magicamente<br />

movem objetos à distância ou com umas simples abstrações matemáticas.<br />

Mas, como Feynman indicou, o nosso sentido de que pelo menos na vida<br />

cotidiana podemos confiar no contato físico sólido e sensato – para explicar,<br />

por exemplo, por que a faca da manteiga vem até nós, quando a pegamos – é<br />

uma concepção equivocada. O que significa ter contato físico O que acontece<br />

exatamente quando alguém pega uma faca, empurra um balanço ou provoca<br />

uma onda numa cama de água pressionando-a de vez em quando Quando<br />

investigamos profundamente, descobrimos que não há contato físico. Em seu<br />

lugar, as cargas elétricas na mão influenciam as cargas elétricas na faca, no<br />

balanço ou na cama de água, e vice-versa. Apesar da experiência cotidiana e<br />

do senso comum, mesmo nesses casos há apenas a interação de campos<br />

elétricos. Nada toca em nada.<br />

Nenhum físico começou as suas investigações impaciente com as<br />

noções do senso comum, ansioso por substituí-las por uma abstração<br />

matemática que só podia ser compreendida pela física teórica rarefeita. Ao<br />

contrário, eles começaram, como todos nós, com noções confortáveis,<br />

padrões, cheias de bom senso. O problema é que a natureza não obedece. Se

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!