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Edição 14 | Ano 8 | No.1 | 2010.1 REVISTA - Contemporânea - UERJ

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Ed.<strong>14</strong> | Vol.8 | N1 | 2010no alto da Favela da Rocinha, num lugar conhecido como Laboriaux.Foram 15 minutos de intenso tiroteio. (O Globo, 15/04/04, p.11).“Bonde” de Lulu vai ao cemitérioO tráfico da Rocinha desceu o morro ontem e desafiou a polícia noasfalto. Quinhentas pessoas – inclusive muitos bandidos, segundopoliciais – foram ao Cemitério São João Batista para o enterro dotraficante Luciano Barbosa, o Lulu, que comandava a venda de drogasna favela. (O Globo, 16/04/04, p.15).A caçada a DuduA caçada ao traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu,de 31 anos, que chefiou a tentativa de invasão da favela da Rocinhana Sexta-feira Santa, é agora prioridade da polícia do Rio. (O Globo,17/04/04, p.15).Nove pessoas são presas na caçada a DuduNove pessoas acabaram presas ontem durante a caça ao traficanteEduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, de 31 anos, que chefioua tentativa de invasão da Favela da Rocinha na Sexta-feira Santa (OGlobo, 18/04/04, p.22).97O caráter folhetinesco pode ser visto pela fragmentação das sequênciasnarrativas que formam uma série e pela constante repetição das mesmas informaçõesa cada dia. Palavras como guerra, violência, tiros e pânico são associadasa eventos ocorridos na favela da Rocinha.Se justapuséssemos os títulos das reportagens transcritos acima, teríamosalgo como uma pequena história contada por tópicos: calvário carioca; a violênciana Rocinha; limite da violência; cenas de uma guerra anunciada; agoraa guerra é política; policia mata chefe da Rocinha; bonde de “Lulu” vai ao cemitério;a caçada a Dudu; nove pessoas são presas na caçada a Dudu. De certaforma, o que lemos nesses títulos é uma cronologia que poderia estruturar umromance ou qualquer outra ficção: o enredo é apresentado (calvário carioca; aviolência na Rocinha), desenvolvido (limite da violência; cenas de uma guerraanunciada; agora a guerra é política; policia mata chefe da Rocinha; bonde de“Lulu” vai ao cemitério; a caçada a Dudu) e resolvido (nove pessoas são presasna caçada a Dudu), formando um arco narrativo.O desenrolar dos acontecimentos, as ações do governo e da sociedadepassam todas pelo crivo da rubrica “A guerra do Rio”. As pequenas narrativassão costuradas a esse padrão e ganham menos ou mais espaço de acordo coma proximidade do fato principal, que é o conflito na Rocinha, com a vidacotidiana do “asfalto”.Por outro lado, a expressão é uma metonímia que faz com que a Rocinhaseja o símbolo de uma guerra do Rio de Janeiro com ele mesmo. Nesse caso, OGlobo toma a parte pelo todo e define a guerra que ocorreu nas proximidadesda Rocinha como sendo a guerra do Rio de Janeiro inteiro. Ou, por outroA busca por segurança: imaginário do medo e geografia urbana

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